Venci a aracnofobia
Por anos dormi de janela fechada, mas hoje faço o que quero sem medo de que uma aranha pule em mim
Até manuseei uma caixa transparente com uma aranha dentro
Foto: Arquivo pessoal
Meu medo de aranha vem da infância. Era um medo gratuito que me fazia correr quando via uma teia na parede ou no teto. Na adolescência a coisa piorou a ponto de eu evitar ir a chácaras. Nadar, só na beira do rio, de olho caso alguma aranha pulasse na água.
Se uma aranha aparecia na TV, eu desligava. Imagine que eu passei dez minutos de olhos fechados no cinema porque o “Harry Potter” encontrou uma aranha na caverna. Nem foto do bicho eu podia ver sem que a revista voasse longe.
A sensação era a de que havia sempre uma aranha preste a pular em mim. Eu vivia de olho no chão, nas paredes e no teto. Com medo, não passeava no jardim à noite nem me sentava na grama.
Quando eu tinha 27 anos, meus pais se mudaram para um condomínio cheio de árvores e de… Aranhas. Foi então que passei a revistar meu quarto antes de dormir, com a janela fechada. Além disso, afastava os móveis da parede para passar a vassoura pelos cantos. Antes de apagar a luz, ainda botava um pano debaixo da porta.