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Vacina contra o HPV, o vírus que causa câncer, é cada vez mais importante

A vacina contra o HPV é cada vez mais importante porque o mal agora se desenvolve onde menos se imagina: na cabeça e no pescoço. E atinge um número maior de pessoas mais jovens

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 16 jan 2020, 01h13 - Publicado em 25 abr 2013, 21h00

Existem mais de 100 tipos de HPV por aí e as variações mais preocupantes causam as grandes infecções
Foto: Getty Images

Existem dois de vacina contra o vírus do HPV, o papilomavírus humano: a bivalente, que só protege contra as variantes que causam o câncer (16 e 18), e a quadrivalente, que inclui os tipos 6 e 11, causadores das verrugas genitais. Embora as duas versões só devam entrar no calendário oficial de vacinação no ano que vem, elas já estão disponíveis em clínicas particulares – e para meninos e meninas, a despeito de a turma do sexo feminino ser o alvo preferencial do vírus. Ambas são aplicadas em três etapas, e têm eficácia comprovada por dez anos. A única contraindicação é a gravidez.

Alerta final: a eficácia da camisinha em conter a transmissão do vírus é de 70 a 80%, porque ela não cobre todas as áreas suscetíveis à infecção. Isso, claro, não legitima as desculpas para esquecê-la na hora H. Afinal, esse ainda é o melhor método de prevenção, além da vacina.

Sexo oral

Sexo oral não é brincadeira quando se trata do HPV. Todo mundo associa a famosa doença sexualmente transmissível – ou DST – com a área genital, mas ela também representa um perigo para a boca. E, uma vez instalado na mucosa bucal, seu vírus é transmitido até pelo beijo. Resultado: o aumento dos casos de câncer de boca e garganta em gente cada vez mais jovem.
Uma pesquisa feita pelo Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, revela que mais de 30% das pessoas com câncer na cavidade bucal têm menos de 40 anos. “Muitas nunca fumaram na vida”, conta o líder do estudo, o cirurgião oncologista Luiz Paulo Kowalski. Segundo ele, entre os que desenvolvem o carcinoma na garganta, a contaminação pelo HPV alcança 80%. “O sexo oral é o principal comportamento de risco, mas a epidemia é tão grande que suspeitamos de formas de contágio mais simples, que ainda nem conhecemos”, afirma Kowalski.

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As regiões preferidas do câncer

Existem mais de 100 tipos de HPV por aí. Uns passam batidos pelo organismo, enquanto outros causam as grandes infecções. Mas as variações que provocam tumores e mais preocupantes são a 16 e a 18 – a primeira é responsável por 90% das encrencas no pescoço. Esses dois tipinhos desencadeiam o câncer nas mucosas em que se instalam – sempre no revestimento externo dos órgãos. Na garganta, a região preferida é a orofaringe, ou seja, tudo o que fica atrás do tal sininho: a amígdala e a base da língua. Mas o HPV também protagoniza tumores na laringe, na ponta da língua, na gengiva, no assoalho e no céu da boca.

O câncer começa como algo parecido com uma afta que não desaparece. “São como pequenas feridas e verrugas que até podem sangrar. Mas, se não cicatrizar em até duas semanas, é preciso buscar a avaliação de um médico ou dentista”, aconselha o otorrinolaringologista Onivaldo Cervantes, de São Paulo. Quando não é descoberto ligeiro, evolui para um formato de couve-flor; isso quando ele não cresce internamente. O principal sintoma, por incrível que pareça, é a dor de ouvido. Mas é possível sentir também dificuldade para mastigar, engolir e até para falar.

Os estudos ainda não esclareceram o motivo pelo qual a garganta é a favorita do HPV, mas as suspeitas recaem sobre a rica rede linfática da região. “A hipótese é que ela favoreça a disseminação do vírus na mucosa e a sua transformação, alterando a maquinária celular e facilitando a proliferação do câncer”, considera o médico André Lopes Carvalho, de Barretos, no interior de São Paulo.

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Tratamento

Visualmente, o aglomerado de células malignas causado pelo papilomavírus se assemelha a qualquer outro tumor originado sem a sua participação – por isso só uma biopsia pode confirmar a culpa do HPV. Seja qual for o resultado, o tratamento segue o padrão indicado a outros tipos de tumor. “Se a lesão é pequena, é feita a operação convencional. Se é grande, segue-se um protocolo de preservação do órgão para evitar uma grande mutilação”, diz o cirurgião Terence Farias, do Rio de Janeiro. “E sempre recomendamos a quimioterapia e a radioterapia mesmo se o paciente não é HPV positivo”, ele complementa.

Uma característica, porém, diferencia o câncer causado pela DST: ele é menos agressivo e tem um desenvolvimento mais lento. Por isso, o prognóstico de cura é mais otimista. “Esse tipo de tumor é mais sensível às terapias. Se a pessoa não fuma para complicar a situação, as chances de eliminá-lo são ainda maiores”, diz Carvalho.
 

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