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Um terço das mulheres no mundo todo sofre violência, diz OMS

Relatório da Organização Mundial da Saúde mostra que agressão mais comum é a que acontece dentro de casa, cometida por marido ou namorado

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 22h08 - Publicado em 19 jun 2013, 21h00
Reportagem: Mariana Bomfim (/)
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Muitas mulheres não denunciam a violência que sofreram por medo de serem estigmatizadas
Foto: Getty Images

Uma em cada três mulheres no mundo todo é vítima de violência física ou sexual em algum momento da vida, segundo um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O estudo identificou que o tipo de agressão mais comum é o que acontece dentro de casa – 30% das mulheres são agredidas pelos parceiros, seja o marido ou o namorado, que matam 38% das mulheres assassinadas no planeta.

Para a diretora geral da OMS, Dra. Margaret Chan, trata-se de um problema de saúde global de proporções epidêmicas. “Os sistemas de saúde do mundo todo podem e precisam fazer mais pelas mulheres que sofrem violência”, afirma.

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O relatório também mostrou o impacto que a violência tem na saúde das mulheres. Além das consequências físicas, como ossos quebrados e complicações na gravidez, elas têm problemas mentais e dificuldade de se relacionar socialmente. A violência cometida pelos companheiros é o fator que mais contribui para o aparecimento de problemas de saúde mental. Essas mulheres têm duas vezes mais probabilidade de ter depressão e de se tornarem alcoólatras do que as que não sofreram violência. Elas também são mais suscetíveis a adquirir doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, clamídia, gonorreia e HIV, o vírus da Aids e têm o dobro do risco de passar por um aborto.

Muitas mulheres não denunciam o abuso sofrido por medo de serem estigmatizas – só 7,2% reportaram o crime – o que prejudica a precisão dos dados. Outra dificuldade para o processamento do estudo foi a deficiente coleta de informações sobre a violência contra a mulher em muitos países. Apesar disso, os dados disponíveis permitem apontar a urgência de melhorar o atendimento a essas mulheres e treinar agentes de saúde pública para reconhecer quando as mulheres estão em situação de risco.
 

No Brasil

Em cerca de 30 anos, a taxa de homicídio de mulheres no Brasil dobrou, passando de 2,3 mortes em cada 100 mil mulheres, em 1980, para 4,6, em 2010, segundo o Mapa da Violência. O número coloca o Brasil na 7ª posição num ranking com as maiores taxas de homicídio feminino, dentre 84 países. Elaborado com dados do Ministério da Saúde, o estudo mostrou que, assim como os homens, no Brasil as mulheres morrem feridas principalmente por armas de fogo. Contudo, enquanto 27,6% dos homens foram assassinados com outras armas, que exigem contato direto, como objetos cortantes ou sufocantes, mais da metade das mulheres foi morta dessa forma, o que pode indicar maior incidência de violência passional. Outro dado que confirma essa incidência é a proporção de mulheres mortas dentro de casa, de 41%, contra 14,3% dos homens.

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O perigo está dentro de casa

As conclusões do Mapa da Violência coincidem com as do relatório da OMS sobre a prevalência da violência no ambiente doméstico. Em todas as faixas etárias, é em casa onde acontece a maior parte das agressões, principalmente com meninas de até 10 anos e mulheres com mais de 30. Isso acontece porque os pais são os principais agressores até os 14 anos e vão sendo substituídos pelo marido ou namorado, que prepondera a partir dos 20 anos.

 

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