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Tia de Angelina Jolie morre de câncer de mama

A atriz perdeu a tia menos de duas semanas depois de revelar que realizou dupla mastectomia preventiva para diminuir suas chances de ter a doença

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 23h28 - Publicado em 26 Maio 2013, 21h00
Foto: Getty Images (/)
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Angelina tem o mesmo gene defeituoso que a tia, o que aumenta suas chances de ter câncer de mama e ovário
Foto: Getty Images

Debbie Martin, tia de Angelina Jolie, morreu hoje, aos 61 anos, de câncer de mama. Debbie era a irmã caçula da mãe da atriz, Marcheline Bertrand, que morreu de câncer de ovário em 2007, aos 56 anos.

De acordo com o marido de Debbie, ela descobriu que tinha o gene defeituoso BRCA1 em 2004, depois de ser diagnosticada com câncer, segundo informações do site britânico Sky News.

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No último dia 14 de maio, Angelina revelou ao jornal The New York Times que realizou uma mastectomia dupla preventiva, ou seja, removeu os seios para diminuir o risco de desenvolver câncer de mama no futuro. A atriz se submeteu à cirurgia após um teste genético indicar que, assim como sua tia Debbie, ela carrega o gene BRCA 1. Ele faz com que suas chances de ter câncer de mama e de ovário sejam maiores do que as das mulheres que não o possuem. Angelina tomou a iniciativa de descobrir se tinha o gene justamente por causa do histórico de câncer de mama e ovário na família. Mas será que a retirada total de seios perfeitamente saudáveis foi uma escolha razoável?

A mastectomia preventiva é uma tendência americana, que surgiu em meados dos anos 90, quando cientistas descobriram que uma mutação nos genes BRCA 1 e BRCA 2 apresentava forte relação com o câncer de mama. “Os genes causam defeito numa proteína supressora de tumores, deixando as pessoas mais suscetíveis ao seu desenvolvimento”, explica o médico oncologista Ricardo Caponero. A verdade é que basta ser do sexo feminino e viver até os 80 anos para ter — pasme — 10% de chance de desenvolver o tumor. Agora, entre as que apresentam alterações genéticas, como Angelina, a probabilidade pula para 87%! Para verificar a presença dos genes defeituosos, basta um teste genético simples, com amostra da saliva ou de sangue, por exemplo.

Reconstrução da mama com silicone

Para quem descobre que carrega genes que levam a essa doença tão séria — o câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil —, a idéia de cortar o mal pela raiz . Afinal, a mastectomia preventiva tem uma eficácia que chega a 92%. Significa que apenas 8 em cada 100 mulheres que retiram a mama têm o câncer mais tarde. Mais: a cirurgia plástica e as próteses de silicone evoluíram e os resultados estéticos estão cada vez melhores. “Hoje, a pele, os mamilos e as aréolas são preservados na maioria dos casos”, explica mastologista Diógenes Basegio. A cicatriz é mínima. E, mais importante: o risco de ter câncer de mama cai drasticamente, de 87% para 5%. Ou seja, depois da cirurgia, quem carrega o gene defeituoso tem menos chance de ter um tumor do que quem não o carrega.

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Decisão delicada

Mesmo assim, os médicos só sugerem a operação depois de descartarem todos os tratamentos e analisarem a relação custo/benefício.

A cirurgia em si não é complicada. A de Angelina durou oito horas e em poucos dias ela saiu do hospital e retomou a sua rotina.

Mas há vários efeitos colaterais: perda da sensibilidade nos seios e impossibilidade de amamentar (já que as glândulas mamárias são removidas). Por isso, o melhor é que a mulher tenha entre 40 e 50 anos, idade em que provavelmente já tem filhos e não amamenta mais. Outro risco da técnica é o de as mamas ficarem frias devido à remoção de veias e dos vasos sanguíneos.
Apesar desses efeitos, o dr. Caponeto concorda com a decisão de Angelina. “Ela tem 37 anos, já teve filhos, conversou com a família. No caso dela, o risco é muito grande para se correr. É como sair de casa sabendo que você tem 87% de chance de ser atropelado.”

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Plano B, C…

A cirurgia não é a única arma para evitar o tumor. “Existem terapias hormonais que podem diminuir em até 70% os riscos”, ressalta o dr. Basegio. Ser examinada com maior freqüência é a saída menos radical, mas requer disciplina. Para ir ao ginecologista a cada seis meses, e fazer, se ele pedir, ressonância magnética, mamografia e ultra-sonografia todo ano, antes mesmo dos 40 anos. Assim, quando o tumor aparecer (se ele aparecer), estará tão pequeno que poderá ser eliminado sem a necessidade de extirpar toda a mama. O mastologista Eduardo Vieira da Motta reforça: “Não são todas as mulheres com a mutação nos genes BRCA 1 e BRCA 2 que deverão ter a doença”. Além disso, a presença da mutação no gene não é condição para o seu surgimento, pois 70% das pessoas que têm câncer de mama não possuem o gene defeituoso.

*Com conteúdo da revista NOVA

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