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Sem cura: entenda a leucemia linfocítica crônica, doença de Susana Vieira

Saiba tudo sobre a leucemia que acomete a atriz há três anos e só pede tratamento em momentos de crise.

Por Daniella Grinbergas
Atualizado em 16 jan 2020, 04h54 - Publicado em 27 nov 2018, 13h38
Susana Vieira (Globo/Mauricio Fidalgo/Divulgação)
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Susana Vieira só contou agora, mas há três anos recebeu o diagnóstico de leucemia linfocítica crônica. Apesar do susto de saber que não tem cura e de não precisar de tratamentos frequentes, ela diz que a leucemia está controlada. Isso porque, por sorte, esse é um dos tipos mais brandos da doença.

O que é leucemia?

Você já deve ter ouvido que leucemia é o câncer do sangue, que começa na medula e espalha. Mas vamos por partes!

Para começar a entender, é preciso saber que a medula óssea é nossa fábrica do sangue, é nela que são produzidos todos os componentes: hemácias (glóbulos vermelhos responsáveis pelo oxigênio), leucócitos (glóbulos brancos que combatem as infecções) e plaquetas (responsáveis pela coagulação do sangue).

A leucemia se dá quando as células de defesa, por motivos desconhecidos, perdem sua função e começam a se reproduzir descontroladamente, bagunçando todo o sistema. E aí, há diversos tipos de leucemia, classificados de acordo com o tipo de glóbulos brancos afetados.

Leucemia linfocítica crônica (LLC)

A denominação ‘linfocítica’ já mostra onde está o problema: nos linfócitos, um tipo de glóbulo branco do sangue que, quando está saudável, ajuda no combate às infecções do corpo. Já a classificação de doença crônica significa que a função de defesa das células ainda é mantida e que o crescimento é lento, ou seja, a doença pode não ter cura, mas é possível conviver com ela normalmente se estiver sob controle.

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O que acontece é que a mutação dos linfócitos provoca um crescimento desordenado dessas células, mas sem impedir a formação de células normais. Isso significa que, ao mesmo tempo em que há um acúmulo de linfócitos doentes na medula óssea, o processo de fabricação e maturação das células saudáveis continua acontecendo.

Por isso, o tratamento só é indicado quando houver sintomas importantes, como perda de peso, forte cansaço, febre, aumento do baço, infecções frequentes, aumento de gânglios, suor noturno ou alterações no hemograma. Mas o médico especialista é quem pode fazer avaliação precisa e decidir sobre a necessidade ou não de tratamento. Tendo isso em vista, essa é uma doença que necessita de acompanhamento médico constante. E é possível levar uma vida normal!

Como é diagnosticada a LLC?

Normalmente, a descoberta se dá em um simples hemograma de rotina. O exame de sangue já dá o aviso com a contagem alta do número de linfócitos. A luz de alerta também se acende quando há aumento do baço ou nódulos linfáticos.

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Exames mais específicos também podem ser pedidos pelo médico para descartar doenças similares: mielograma (análise das células doentes em microscópio), teste de imunofenotipagem (que analisa os linfócitos acometidos para saber de qual linhagem são) e análise das imunoglobulinas (para verificar os anticorpos, pois as células acometidas não os fabricam adequadamente). O especialista também pode pedir uma biópsia de medula.

Tratamento

Muitas vezes, com diagnóstico precoce, a fase de baixo risco não pede tratamento. O paciente fica apenas em observação pelo tempo em que não houver sintomas e enquanto os hemogramas estiverem com números considerados adequados – e isso pode acontecer durante anos!

Os tratamentos têm como meta destruir as células doentes para que a leucemia fique controlada. Em casos mais graves, podem ser recomendados quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e, em último caso, transplante de medula óssea. E os resultados costumam ser satisfatórios.

Hematologistas consultados: dra. Sandra Loggetto e dr. Nelson Hamerschlak.

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