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Plástico presente em produtos do cotidiano prejudica cérebro de bebês

Estudiosos dos Estados Unidos pedem o fim do uso dos ftalatos, mas eles estão por toda a parte

Por Da Redação
Atualizado em 25 fev 2021, 15h06 - Publicado em 25 fev 2021, 11h00
Plástico
 ((Foto: Džoko Stach)/Pixabay)
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Produtos químicos sintéticos chamados ftalatos estão presentes na maior parte dos objetos do cotidiano, como roupa, plástico de garrafa pet, dentre outros. No entanto, são tóxicos e  prejudicam o desenvolvimento do cérebro das crianças , segundo estudos científicos e devem ser banidos dos produtos de consumo. É o que defendem cientistas, profissionais da saúde do Projeto TENDR, focado nessa modalidade de estudo nos Estados Unidos – de acordo com a CNN.

O grupo que se autodenomina Visando Riscos Ambientais no Neurodesenvolvimento (TENDR, na sigla em inglês) é formado por cientistas voluntários, profissionais de saúde e defensores da infância que trabalham para estudar e reduzir a exposição das crianças a produtos químicos neurotóxicos e poluentes.

A autora principal do estudo, Stephanie Engel, explica que o objetivo é mobilizar a saúde pública, incluindo os reguladores, em direção a eliminação dos ftalatos.

Stephanie ainda diz que há evidências suficientes agora para se preocupar com o impacto desses produtos químicos no risco de distúrbios de atenção, aprendizado e comportamento de uma criança.

Em resposta ao estudo, o Conselho Americano de Química (ACC) disse que embora sejam encorajados a pesquisar mais sobre a ciência e saúde dos ftalatos, estão preocupados com a interpretação exagerada dos estudos que não estabeleceram uma ligação causal entre os ftalatos e os efeitos adversos à saúde humana.

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Até 2019, mais de 30 estudos analisaram a exposição pré-natal a diferentes formas de ftalatos. São pesquisas de longo prazo feitas em 11 países ou territórios diferentes ao redor do mundo. Não foram todos os artigos encontraram resultados consistentes, especialmente na área de desenvolvimento cognitivo, mas os autores da pesquisa, afirma que isso pode se explicar pela diferença nos desenhos dos estudos e na idade das crianças.

O relatório do estudo afirma que as associações mais fortes são relacionadas a hiperatividade, agressão, comportamento desafiador, relatividade emocional, delinquência e outros sinais de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) após exposição a ftalatos.

Também foi descoberto que filhos de mães níveis altos do produto na urina registrados durante o segundo trimestre de gestação tinham quase três vezes mais chances de serem diagnosticados com TDAH do que crianças com mães que apresentavam níveis muito mais baixos.

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Crianças expostas a níveis mais elevados de ftalatos no útero tinham um nível de QI sete pontos menor do que outras com menos exposição. Também foi observado redução de raciocínio perceptivo e compreensão verbal.

A diretora do ACC, disse que as análises recentes, disponíveis concluíram que não havia associação entre DINP e DIDP e efeitos neurocomportamentais ou cognitivos. Os plastificantes diisononil ftalato (DINP) e o diisodecil ftalato (DIDP) são dois dos muitos tipos de produtos químicos da família dos ftalatos.

Também é dito que os dados dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA mostram que os níveis de exposição aos ftalatos estão bem abaixo dos níveis determinados pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA e outros órgãos reguladores por serem seguros.

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O que são os plásticos do tipo ftalatos e onde eles estão

Os ftalatos estão presentes em todos os lugares por serem muito comuns, são adicionados aos itens do dia a dia para tornar o plástico flexível e mais difícil de quebrar.

O componente é visto em itens automotivos, domésticos, alimentícios e de higiene pessoal: embalagens de alimentos, detergentes, pisos vinílicos, roupas, móveis e cortinas de chuveiro, plásticos automotivos, óleos lubrificantes, adesivos, produtos resistentes à chuva e às manchas, entre outros. Em vários cosméticos, entre eles xampus, sabonetes, sprays para cabelo e esmaltes de unha, pois colabora para fragrâncias a durar mais.

Nos EUA, o produto químico deve ser listado entre os ingredientes nos rótulos dos produtos, exceto casos que sejam adicionados como perfume. Segundo os regulamentos da Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, os ftalatos podem ser simplesmente rotulados de fragrância, mesmo quando representem até 20% da composição do produto, de acordo com estudos.

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O elemento também está presente em encanamentos de PVC e produtos e itens de construção, tubos hospitalares, mangueiras de jardim e alguns brinquedos infantis. No mundo, aproximadamente 8,4 milhões de toneladas métricas de ftalatos e outros plastificantes são consumidos todo ano, de acordo com a European Plasticizers, entidade de classe.

Os estudos conectaram o componente a obesidade infantil, asma, problemas cardiovasculares, câncer e problemas reprodutivos, tal como malformações genitais e testículos que não desceram em meninos e baixa contagem de esperma e níveis de testosterona em homens adultos.

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