Pesquisa ressalta riscos do uso de cloroquina contra COVID-19
Pacientes de 6 continentes foram testados, mas os resultados não foram encorajadores
Depois de testarem a hidroxicloroquina e cloroquina em mais de 96 mil pessoas com COVID-19, cientistas americanos chegaram à conclusão de que as medicações não apresentam benefícios no tratamento da doença. “Não podemos confirmar benefícios da hidroxicloroquina ou cloroquina, usadas sozinhas ou em conjunto, no tratamento hospitalar contra COVID-19″, diz o relatório publicado hoje na revista The Lancet. “Cada um desses medicamentos foi associado à diminuição de sobrevida hospitalar e com o crescimento de arritmia ventriculares quando usados para o tratamento da COVID-19″, completa.
Os dados da pesquisa foram reunidos entre dezembro de 2019 até abril desse ano, vindos de 671 hospitais em seis continentes. Os testes foram feitos nos pacientes confirmados com a doença, com a medicação sendo administrada em até 48h depois dos resultados de positivo para o novo coronavírus. Mais de 46% das pessoas testadas eram mulheres, com idades de até 53 anos. Desse grupo, 11.1% vieram a falecer no hospital e todos os casos foram associados com aumento de risco de morte devido ao crescimento da arritmia.
“Apesar de ser geralmente seguro quando usado no tratamento aprovado contra doenças autoimunes ou malária, a segurança e benefícios desse tratamento para COVID-19 foram consideradas fracas”, diz o relatório.
Este é o maior estudo feito com pacientes infectados e internados com a COVID-19 e a prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina. Na quarta (20), a Organização Mundial da Saúde já tinha alertado quanto aos efeitos colaterais dos remédios e falta de comprovação da eficiência do uso deles contra a doença.
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