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Pai da Beyoncé tem câncer de mama: é raro, mas a doença atinge os homens

A enfermidade é a mesma, os sintomas e tratamentos são parecidos, mas o câncer costuma ser mais perigoso em homens pelo simples fato da descoberta tardia.

Por Daniella Grinbergas
Atualizado em 15 jan 2020, 09h08 - Publicado em 2 out 2019, 15h56
Beyonce and father Matthew Knowles attending the UK premiere of Dreamgirls in Leicester Square, London. (Photo by Ian West - PA Images/PA Images via Getty Images) (Ian West - PA Images / Colaborador/Getty Images)
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Câncer de mama não é doença de mulher. O pai de Beyoncé, Mathew Knowles, revelou que descobriu o tumor e fez uma cirurgia em julho deste ano. A situação é rara – 1% dos casos de câncer de mama atinge os homens, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer) – , mas tem alta taxa de mortalidade.

A doença é bem similar em ambos os sexos e o perigo maior nos homens está atrelado ao diagnóstico tardio, já que eles não costumam fazer exames específicos e acabam descobrindo o problema em estágio avançado.

A diferença se dá principalmente pelo balanço hormonal entre os sexos, além da anatomia das mamas. “O homem tem pouco tecido mamário, atrás do mamilo, justamente pela ausência de hormônios estimulando o crescimento desse tecido durante a puberdade. Apesar disso, o tecido mamário presente ainda pode estar suscetível a um desenvolvimento de câncer”, comenta o dr. Dr. Gustavo Schvartsman, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.

Sintomas:

Os sinais são semelhantes aos que aparecem nas mulheres:

  • Mamas inchadas ou com alguma protuberância, nódulo, caroço
  • Incômodo e dor
  • Textura diferente na pele
  • Vermelhidão na mama ou no mamilo
  • Inchaço nas axilas
  • Secreção do mamilo.
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Fatores de risco:

“A idade, assim como em mulheres, é o principal fator de risco. A maior parte dos tumores é diagnosticado após os 65 anos. Ainda assim, homens mais jovens podem desenvolver o câncer, particularmente os portadores de mutações hereditárias que aumentam o risco de câncer de mama”, atesta o oncologista.

Além disso, o médico do Einstein ainda alerta que é preciso ficar atento se houver na família histórico de câncer de mama/ovário, mutações hereditárias conhecidas (a principal ocorre nos genes BRCA1 e 2) e situações que levam a um hiperestrogenismo, como suplementos, atrofias de testículo, Síndrome de Klinefelter e doenças hepáticas.

Quem cuida da doença em homens? 

A princípio, é preciso correr para um mastologista. “A doença localmente avançada ou metastática demanda a participação do oncologista clínico“, afirma dr. Gustavo.

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Tratamento

Assim como acontece com as mulheres, o cuidado é multidisciplinar. “A remoção cirúrgica do nódulo, seja através de cirurgia conservadora ou mastectomia, está indicada. Pode-se associar radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia como tratamentos complementares, a depender do estágio, cirurgia escolhida e características biológicas do tumor”, aponta o oncologista.

O índice de sucesso do tratamento pode ser tão bom quanto no feminino, porém, muitas vezes os casos são diagnosticados em estágio mais avançado, podendo trazer resultados piores. “Em 10 anos, 72% dos pacientes de câncer de mama masculino estão vivos, comparado com 85% em pacientes do sexo feminino”, exemplifica o médico.

Para melhorar esse quadro, o importante é estar atento e não ter vergonha de procurar um especialista para investigar qualquer suspeita de câncer de mama.

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