OMS tira a transexualidade da lista de doenças mentais
A Organização Mundial da Saúde passa a tratar a transexualidade com incongruência de gênero.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nessa segunda-feira a lista revisada da Classificação Internacional de Doenças, a CID-11. Nessa atualização a transexualidade passa a não ser mais considerada uma doença mental.
Segundo a OMS, há evidências científicas de que a transexualidade não se trata de uma doença e sim de uma incongruência de gênero – com isso, ela continua a fazer parte da CID. A organização defende que essa mudança ajuda a diminuir o estigma social, mas é importante que a transexualidade continue a ser citada na CID para que a população trans possa ser atendida da melhor forma no âmbito da saúde.
Se estivesse caísse fora da CID, possivelmente o SUS deixaria de fornecer cirurgias de readequação genital, por exemplo. Esse documento funciona como um guia que orienta os órgãos e empresas ligados à saúde em todo o mundo.
A versão anterior da CID data de 1990, mas algumas alterações foram feitas nesse meio tempo. Em 2013 a OMS já havia feito uma significativa mudança na classificação da identidade transgênero. Em voga desde 1980, o termo “desvio sexual” foi substituído por “disforia de gênero”.
Em relação à chamada “incongruência de gênero”, decidiu-se que esse termo dá conta de dizer que as pessoas trans são indivíduos que manifestam incompatibilidade entre o gênero vivido por elas e o gênero que é atribuído a elas no nascimento.