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Novo tratamento para câncer de mama metastático é apresentado em congresso

Especialistas da Dasa comentam estudo feito com 577 pacientes que revolucionou a classificação da doença e foi ovacionado no encontro da ASCO 2022

Por Abril Branded Content
Atualizado em 22 abr 2024, 20h09 - Publicado em 26 jul 2022, 10h40
Dasa -
 (Dasa/Divulgação)
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A cada ano, os avanços tecnológicos da ciência trazem novas descobertas sobre enfermidades e tratamentos médicos, fazendo com que o atendimento aos pacientes seja cada vez mais personalizado e eficaz. As diversas fases dessas pesquisas clínicas podem durar anos¹ e seus resultados, geralmente, são apresentados em congressos – uma das formas mais efetivas de comunicar uma descoberta com alcance internacional.²

Em 2022, o grande destaque, até agora, fica por conta do Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) – o maior e mais influente evento da área, que reúne profissionais do mundo todo³ –, que, em sua 58ª edição, além de marcar o retorno ao encontro presencial depois de mais de dois anos de pandemia de Covid-19, trouxe um importante estudo que pode mudar os paradigmas para o tratamento do câncer de mama metastático.

Intitulada Destiny-Breast04, a pesquisa apresentada mostrou uma nova classificação da doença, o que implica importantes mudanças no tratamento, como conta a dra. Mariana Scaranti, oncologista do Hospital Nove de Julho, em São Paulo, que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil. “Antes, nós avaliávamos se o tumor era positivo ou negativo para a proteína HER2. E os tratamentos que tínhamos funcionavam apenas em casos de HER2 hiperexpressivos, que acometiam cerca de 15% das pacientes”, explica.

Mariana Scaranti, oncologista do Hospital Nove de Julho -
Mariana Scaranti, oncologista do Hospital Nove de Julho – (Dasa/Divulgação)

“Agora, o tratamento se estende às pacientes classificadas como HER2-Low (com níveis baixos da proteína), que representam aproximadamente 60% dos casos antes classificados como HER negativos. Ou seja, passaremos a ter tratamento direcionado para uma maior proporção de mulheres com câncer de mama metastático”, completa a especialista.

Câncer de mama

O tumor de mama é o mais incidente em mulheres no Brasil e no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de novos casos estimados apenas em 2020, representando 24,5% dos casos novos de câncer em mulheres. É também a causa mais frequente de morte pela enfermidade nessa população.4 

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Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. Mas a maioria deles, se tratada adequadamente e a partir de um diagnóstico precoce – feito por meio de exames clínicos, de imagem e biópsia, quando necessário4 –, apresenta bom prognóstico.5

O câncer é considerado metastático no estádio IV da doença, quando se espalhou para outros órgãos. Nesses casos, busca-se o controle da enfermidade, melhorar a sobrevida da paciente e contornar potenciais efeitos colaterais do tratamento.4 

O que diz o estudo Destiny-Breast04

Foi pensando nessas pacientes que a pesquisa Destiny-Breast04 foi realizada. O estudo identificou pessoas com câncer de mama metastático classificadas como HER2-Low e tratou-as com um anticorpo monoclonal conjugado com uma molécula de quimioterapia, o trastuzumabe deruxtecana (T-DXd), que já é utilizado no tratamento de pacientes HER2 positivo. A avaliação considerou 577 pacientes na fase de testes clínicos e os resultados foram animadores, incluindo ganho de sobrevida para quem passou pelo tratamento e alto perfil de segurança da droga.6 

A dra. Bruna Zucchetti, oncologista do Hospital Nove de Julho, em São Paulo, que esteve na ASCO 2022, relata como foi acompanhar a apresentação desses resultados. “O estudo foi aplaudido de pé. A oncologia tem evoluído muito, mas fazia tempo que um congresso não trazia uma novidade tão impactante em termos de tratamento”, diz. 

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Bruna Zucchetti, oncologista do Hospital Nove de Julho -
Bruna Zucchetti, oncologista do Hospital Nove de Julho – (Dasa/Divulgação)

“Esse resultado muda o que conhecíamos. Agora, conseguiremos refinar a classificação molecular e os tratamentos, beneficiando muito mais pacientes. É emocionante fazer parte dessa história”, finaliza a médica.

Como funciona a terapia com o T-DXd

“O trastuzumabe deruxtecano, que atua por meio de uma estratégia de tratamento conhecida como ‘cavalo de Troia’, é um anticorpo-droga conjugado (ADC) cujo alvo é a proteína HER2 na superfície da célula tumoral”, diz a dra. Vanessa Dybal, oncologista da clínica Assistência Multidisciplinar em Oncologia (AMO), em Salvador, focada no atendimento especializado a pacientes oncológicos e hematológicos. 

Vanessa Dybal, oncologista da clínica Assistência Multidisciplinar em Oncologia (AMO) -
Vanessa Dybal, oncologista da clínica Assistência Multidisciplinar em Oncologia (AMO) – (Dasa/Divulgação)

O diretor técnico do Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula, em São Paulo, dr. Tiago Kenji, reitera que se trata de um medicamento com bastante eficácia. “A quimioterapia é acoplada ao anticorpo e age diretamente na célula tumoral, fazendo com que o efeito colateral caia consideravelmente.” 

Tiago Kenji, diretor técnico do Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula -
Tiago Kenji, diretor técnico do Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula – (Dasa/Divulgação)

Ele acredita que, no futuro, será possível utilizar a droga até mesmo em fases iniciais da doença. “O tratamento era feito apenas com quimioterápico. Agora, temos a opção da terapia-alvo. É uma mudança de paradigma importante, que vai mudar a atuação clínica”, afirma.

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Para que isso aconteça na prática, será preciso incluir a indicação de uso do T-DXd em pacientes HER2-Low na bula do medicamento. A droga já havia sido aprovada no Brasil, em 2021, para tratamento de pacientes HER2 positivo.7 

Avanços de estudos oncológicos

Para a dra. Mariana Scaranti, oncologista do Hospital Nove de Julho, esse tipo de estudo comprova o refinamento da oncologia ao longo dos anos e a presença cada vez mais impactante da medicina de precisão – que alia os dados já convencionalmente utilizados para diagnóstico e tratamento ao perfil molecular do tumor.8

A especialista reforça, ainda, que o número de estudos sobre tratamentos oncológicos é enorme, principalmente na área de genômica, o que pode trazer ainda mais avanços. “Isso nos ajuda a entender a característica de cada tumor e quais decisões tomar para o melhor desfecho de cada caso. Hoje, em casos selecionados, podemos fazer estudos de sequenciamento de tumor e usar drogas baseadas no que achamos no sequenciamento”, conta. 

Para levar esses benefícios para os pacientes, a Dasa Genômica, braço de genômica que faz parte da rede, é focada exatamente nesse tipo de trabalho analítico, oferecendo exames exclusivos que permitem diagnósticos e tratamentos de forma preditiva, preventiva e personalizada. Atualmente, a marca conta com sete verticais de atuação: doenças raras e neurologia, oncologia, onco-hematologia, reprodução humana e medicina fetal, cardiologia, farmacogenômica e oftalmologia. 

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Aliada aos benefícios da genômica, a Dasa também faz uso da estratégia do cuidado integrado para oferecer a melhor experiência para os pacientes e, inclusive, diminuir o tempo entre o diagnóstico e o tratamento das pessoas, em especial de pacientes com câncer de mama. O diretor da Dasa Oncologia, dr. Gustavo Fernandes, acrescenta que a estratégia do cuidado integrado, baseado no uso inteligente de dados, ajuda a reduzir em 25% a mortalidade no caso de determinados tipos de tumor, como o de pulmão. “Navegando o paciente que faz exames em nossa rede integrada, conseguimos antecipar o início do tratamento pelo monitoramento dos dados gerados dentro do ecossistema.”

Gustavo Fernandes, diretor da Dasa Oncologia -
Gustavo Fernandes, diretor da Dasa Oncologia – (Dasa/Divulgação)

Referências:

[1] O que é pesquisa clínica. Instituto Oncoguia. Disponível em: https://www.oncoguia.org.br/conteudo/o-que-e-pesquisa-clinica/138/1291/. Acesso em: 5 jul 2022.

[2] O papel dos congressos científicos na América Latina. Sociedade Brasileira de História da Ciência. Disponível em: https://www.sbhc.org.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=1006&impressao. Acesso em: 05 jul 2022.

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[3] About ASCO. American Society of Clinical Oncology. Disponível em: https://www.asco.org/about-asco. Acesso em: 05 jul 2022.

[4] Câncer de mama. Instituto Nacional de Câncer. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama#:~:text=O%20c%C3%A2ncer%20de%20mama%20%C3%A9,r%C3%A1pido%2C%20enquanto%20outros%20crescem%20lentamente. Acesso em: 05 jul 2022.

[5] Conceito e magnitude. Instituto Nacional de Câncer. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude#:~:text=O%20c%C3%A2ncer%20de%20mama%20%C3%A9%20o%20mais%20incidente%20em%20mulheres,novos%20por%20c%C3%A2ncer%20em%20mulheres. Acesso em: 05 jul 2022.

[6] Trastuzumab deruxtecan in previously treated HER2-Low advanced breast cancer. The New England Journal of Medicine. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMoa2203690. Acesso em: 05 jul 2022.

[7] Trastuzumabe deruxtecana é aprovado pela ANVISA para o tratamento do câncer de mama HER-2 positivo avançado. Oncoguia. Disponível em: https://www.oncoguia.org.br/conteudo/trastuzumabe-deruxtecana-e-aprovado-pela-anvisa-para-o-tratamento-do-cancer-de-mama-her2-positivo-avancado/14982/7/. Acesso em: 05 jul 2022.

[8] Medicina de precisão: o que é e que benefícios traz? Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade. Ipea. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/95-medicina-de-precisao-o-que-e-e-que-beneficios-traz#:~:text=A%20Medicina%20de%20Precis%C3%A3o%20alia,ao%20perfil%20gen%C3%A9tico%20do%20indiv%C3%ADduo. Acesso em: 05 jul 2022.

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