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Mitos e verdades sobre hipertensão para acabar de vez com as dúvidas sobre a doença

Os dados são alarmantes, embora o mal seja extremamente silencioso.

Por Priscila Doneda
Atualizado em 12 abr 2024, 11h27 - Publicado em 2 jun 2016, 15h52
Remains/Thinkstock/Getty Images (/)
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De acordo com o Ministério da Saúde, a doença atinge cerca de 24,3% da população adulta brasileira e, segundo informações da Sociedade Brasileira de Hipertensão, 50% dos pacientes não sabem que são hipertensos.

A hipertensão é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão arterial e pode ser classificada em dois tipos. “A hipertensão primária ou essencial, que chega a cerca de 95% dos casos, é aquela em que não é identificada uma causa, pois se desenvolve gradativamente ao longo dos anos. A hipertensão secundária é consequência de alguma condição já existente, como doença renal crônica, hipertensão renovascular, aldosteronismo primário, feocromocitoma, defeitos na formação do coração, uso de drogas, entre outras”, explica a Dra. Beatriz da Silva Costa, Cardiologista especialista em hipertensão do Centro de Cardiologia do Hospital 9 de Julho, de São Paulo.

Veja mais: Quando a pressão é considerada alta?

Segundo a médica, qualquer pessoa pode ter hipertensão, já que ela é causada por questões diversas, como hereditariedade, idade, raça, obesidade, excesso de sal, tabagismo, muita bebida alcoólica, sedentarismo e estresse, por exemplo. “A doença é diagnosticada pela aferição da pressão arterial, um processo que deve ser feito por profissional habilitado, uma vez que é praticamente assintomática”, aponta a Dra. Beatriz. Apesar disso, há casos em que o paciente pode apresentar dor de cabeça, sangramento nasal, cansaço excessivo e tonturas.

“Ficar longe de alimentos gordurosos e salgados, fazer caminhadas, não abusar de bebidas alcoólicas ou do tabagismo e levar a vida de maneira mais tranquila são formas de se prevenir da doença”, aconselha a especialista. Embora a hipertensão seja incur��vel, o paciente pode passar por um tratamento medicamentoso ou não – neste caso, contando com mudanças no estilo de vida e adotando hábitos saudáveis. Se não tratada, a doença pode ser o passo inicial para problemas cardiovasculares cerebrais e cardíacos (AVC, IAM, ICC), complicações oculares (perda da visão), renais (insuficiência renal) e até impotência sexual.

Confira, a seguir, alguns esclarecimentos da cardiologista sobre a doença, bastante relacionada a mitos comuns.

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As mulheres sofrem mais com a hipertensão arterial: Verdade!

A prevalência é mais elevada nos homens até 50 anos, invertendo-se a partir da quinta década. Quanto maior a idade, maior a prevalência de hipertensão nas mulheres, chegando a mais de 60% de mulheres hipertensas após os 75 anos. As mulheres negras, por sua vez, geralmente têm prevalência de até 130% em relação às brancas.

Veja mais: Por que a pressão tende a aumentar com a idade?

A pressão alta pode ser controlada somente com alimentação balanceada e exercício físico: Mito!

Mudança de estilo de vida e hábitos saudáveis são recomendados na prevenção da hipertensão em indivíduos com pressão arterial limítrofe. Em pacientes de baixo risco cardiovascular, são indicados: alimentação balanceada, exercícios físicos e cessação de tabagismo por seis meses. Se não houver controle, é necessário iniciar um tratamento medicamentoso. Em pacientes com risco cardiovascular moderado ou elevado, no entanto, é preciso iniciar logo a medicação e incentivar a mudança do estilo de vida.

Veja mais: Exercícios podem prevenir hipertensão na gravidez

Situações de estresse aumentam a pressão arterial: Verdade!

Fatores psicossociais, econômicos, educacionais e estresse emocional participam do desencadeamento e da manutenção da hipertensão, podendo funcionar como barreiras para a adesão ao tratamento e para a necessária mudança de hábitos.

O açúcar não é tão prejudicial quanto o sal para os hipertensos: Mito!

O excesso de ingestão de açúcar poderá ocasionar obesidade e resistência à insulina, que é um dos principais mecanismos envolvidos no desenvolvimento da hipertensão em pacientes com Síndrome Metabólica. A hiperinsulinemia promove a ativação do sistema nervoso simpático, que estimula o aumento da absorção renal de sódio, proporcionando expansão de volume e, consequentemente, aumento da pressão arterial.

Veja mais: Açúcar é uma bomba para os hipertensos

O álcool aumenta a pressão arterial e deve ser evitado por quem é hipertenso: Verdade!

A ingestão de álcool por períodos prolongados de tempo pode, sim, aumentar a pressão arterial.  A ingestão de bebida alcoólica deve ser de, no máximo, dois copos de cerveja, duas taças de vinho ou uma dose de bebida destilada (30 mg de álcool), ao dia, para homens – e a metade disso para as mulheres. 

A hipertensão não tem relação com insônia: Mito!

Pessoas com insônia ou que possuem poucas horas de sono (menos de cinco por noite), têm mais chances de desenvolver hipertensão. Observa-se também que, nos pacientes que apresentam transtorno do sono, a gênese da hipertensão se deve a alterações hemodinâmicas e metabólicas não somente durante o sono, mas persistem ao longo das 24 horas, o que se deve à ativação simpática persistente, com diminuição na sensibilidade dos barorreceptores, hiper-responsividade vascular e alteração no metabolismo do sal e água que podem contribuir para a elevação da pressão.

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