“Minha primeira aula de spinning”
Nossa redatora-chefe, Bel Moherdaui, resolveu encarar uma aula em uma das novas academias abertas em São Paulo. Foi uma experiência, digamos, curiosa
Hoje fiz a primeira aula de spinning da minha vida. Passei as cinco horas (talvez tenham sido 45 minutos, não saberia precisar) buscando na sala onde eles podiam manter o desfibrilador. Nunca tive nenhum problema de coração, como atestei na ficha na entrada, mas um infarto era iminente, eu suspeitava.
Cada vez que o professor gritava “Aumenta a carga!”, eu diminuía. Ou ao menos era isso que eu acreditava estar fazendo, uma vez que não conseguia diferenciar o símbolo de + do de – naquela escuridão. Sim, a aula é no escuro. Com luz negra e colorida piscante. Não dava para enxergar nada. Nem os movimentos do professor. Só… eu mesma, que fui de camiseta branca.
Pra completar o desafio, digamos que não era exatamente Frank Sinatra o que tocava. Nem Rolling Stones, Abba… E o volume? Passei aquele tempo imaginando o prazer que deve ser desligar o aparelho auditivo.
A diferença de ter quase o dobro da idade das minhas colegas de aula – que, claro, no meio disso tudo conseguiam um tempo para fazer vídeos para o Snapchat – é que a essa altura da vida você já sabe os próprios limites. O problema é que eu ultrapassei o meu com 5 minutos de aula.
Minha intenção era me inspirar no Drauzio Varella, que descobriu a paixão pela maratona aos 50 anos, e quem sabe me apaixonar por um novo esporte de altíssima queima calórica e bem menos dedicação, uma década antes. Não rolou. Os 40 são mesmo inescapáveis.