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Minha história de amamentação: Tata Veronese, amor, prazer e superação

Em apoio ao Agosto Dourado e à Semana Mundial do Aleitamento Materno, mães compartilham suas experiências de amamentação

Por Lia Rizzo
Atualizado em 4 ago 2018, 18h01 - Publicado em 4 ago 2018, 15h02

Na semana em que mães do mundo todo se mobilizam para lembrar da importância e dos benefícios do aleitamento materno e que, no Brasil, o mês é inteiramente dedicado à conscientização sobre o tema, CLAUDIA traz depoimentos diários de mães da vida real.

Tata Veronese, 38, é fisioterapeuta, empresária e mãe de Luiza, 4, e Bernardo, 1 ano e 2 meses. Em seu papel como mãe, protagonizou duas histórias completamente distintas com cada filho, da gestação e nascimento ao processo de aleitamento. Teve muitas complicações no pós parto do caçula. Porém, nunca desistiu de alimentar seu bebê da forma como desejava. É das principais defensoras da amamentação prolongada, onde encontra prazer e força, não apenas para a maternidade, mas para os desafios da vida.

Ainda no hospital, onde ficou por uma semana por complicações no parto, Tatá amamenta Bernardo, seu caçula. (Arquivo pessoal/Reprodução)

“Tenho dois relatos para fazer. Os dois com final feliz, porém bem diferentes. Minha primeira gravidez foi muito desejada e planejada. O parto normal era uma expectativa, mas não foi planejado e deixei que o médico decidisse por mim. Acabei fazendo uma cesárea e da pior espécie. Fria, um monte de gente estranha e nada de amamentar em seguida ao nascimento. Fui reencontrar minha filha mais de 6 horas depois dela nascer. Felizmente deu tudo certo. Luiza era uma bebê tranquila, o leite desceu e não tive praticamente nenhuma fissura. Só um rachadinho que em três ou quatro dias já desapareceu. Minha livre demanda era com intervalos de duas horas e meia entre mamadas. Já viram livre demanda com hora marcada? Pois é, ignorância de mãe de primeira viagem. Neste esquema, minha filha ganhava pouco peso. Porém, insisti na amamentação exclusiva até os seis meses. E amamentei Luiza, com muito amor, até ela completar 1 ano e 7 meses.
De surpresa, veio a segunda gravidez! E a plenitude da primeira vez ficou lá em 2014 e não voltou. Dores, estresse, tristeza e preocupações me acompanharam por toda a gestação. Porém, desta vez planejei meu parto. Contratei uma equipe toda “nova”. Ginecologista, obstetriz, doula e até pediatra. Porque estava decidida: ia ter meu parto humanizado. Humanizado, não necessariamente normal. Mas é claro que eu estava sonhando em com aquela cena de novela. E o sonho foi realizado, depois de 16 horas de trabalho de parto. Preferi curtir aquela sensação “sozinha”, sem gente em volta apesar da equipe de apoio, porque precisava passar por aquilo. E juro, só acreditei que realmente ia parir quando a obstetriz chegou em casa, me avaliou e disse que eu já estava com 7 centímetros de dilatação. A doula tinha chegado pouco antes. Então, bora terminar de fechar a mala. Em meio a paradas entre contrações, coloquei uma roupa, chamei o elevador e fui “pendurada” no encosto de cabeça no banco de trás. Na primeira esquina, adivinhem! A bolsa estourou. A partir dali, a dor da contração se tornou insuportavelmente maravilhosa!

Cheguei ao hospital sem conseguir sair do carro e até agora não sei como cheguei andando até a sala de espera. Já eram 9 centímetros de dilatação, corre para o delivery, que é a sala de parto humanizado. Mais algumas contrações na banheira e a cabeça se encaixou. Já conseguia sentir ele no meio das minhas pernas. Que agonia! E ali Bernardo ficou. Passamos para o banquinho, fiz uma força que literalmente veio do útero… E nada. A obstetra então me colocou em 4 apoios. Mas imediatamente pediu que me virassem. Senti a tensão no ar. O bebê já havia “nascido”, porém não saía. Precisei autorizar uma episiotomia. Finalmente, mais um pouco de força, e ele saiu. Junto com a chegada de Bernardo, a tensão na sala ficou maior. Não me lembro de quanto tempo fiquei ali e menos ainda do centro cirúrgico. Depois daquele dia, foram mais sete dias no hospital, duas cirurgias, transfusão de sangue, braços e mãos sem lugar pra “furar” mais. Sentia dor ao segurar meu bebê que, mesmo neste cenário, tentava mamar selvagemente! Menino, diziam. A dor era tanta, mas tanta, que a morfina – geralmente autorizada para dores da cirurgia – foi o único remédio para aguentar a dos meus seios. Cada vez que que ele chegava para mamar, eu me arrepiava. Sentia uma dor na alma, que passava pra coluna e me dava até choques. E depois vinha o medo de tirar ele do peito, porque mesmo colocando o dedo em sua boquinha, ele mordia tão forte que não soltava. Nos quinto e sexto dias, quase desisti. Tinha muitos motivos pra isso. Muitos. Para cicatrizar os mamilos, passava saliva, colocava compressa de chá, pomada e o escambau que me aconselharam. Tive alta finalmente. No entanto, ainda passei por mais duas cirurgias. Sabe por que? Pois tinha que levantar sei lá quantas vezes na madrugada para amamentar e, com isso, os pontos estouravam. Foi mais de um mês de sofrimento. Mas eu nunca desisti. Acho que a força vinha da sensação que nunca esqueci: o quanto era bom amamentar. Assim fiquei “firme” e vencemos! Bernardo está com 1 ano e 2 meses atualmente, come muito bem, mas seguimos com o aleitamento. E, digo com toda franqueza, que não me arrependo de nada. Faria tudo de novo. Só deixaria meu marido levantar mais vezes pra pegar o bebê… rs.  Porém, amamentar é minha paixão. Sinto o maior prazer do mundo. E sim, me sinto vitoriosa. E capaz de qualquer coisa.”

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Mãe de Luiza e Bernardo, a quem ainda amamenta, Tata compartilha experiências em suas redes sociais para incentivar outras mães a lidar de forma mais tranquila com os desafios da rotina materna. (Arquivo Pessoal/Reprodução)

Leia mais: Minha história de amamentação

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