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Lúpus: entenda o que é a doença autoimune

Algumas doenças, como o lúpus, transformam suas vítimas em pessoas "alérgicas" a elas mesmas

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 16 jan 2020, 16h59 - Publicado em 6 fev 2012, 21h00

Lúpus está entre as doenças mais misteriosas da medicina
Foto: Getty Images

Quem é fã da série “House” já viu a equipe do médico, em mais de um episódio, apostar no diagnóstico de lúpus por não fazer a menor ideia de qual seria a explicação para o caso de um paciente. Na vida real, isso também acontece. E o motivo é simples: quase tudo pode ser atribuído a essa doença autoimune, uma das mais misteriosas de que se tem notícia.

O lúpus eritematoso sistêmico, como é chamado pelos cientistas, tem potencial para afetar qualquer parte do corpo. É por isso que os médicos acabam confundindo seus sintomas com os de outras doenças. Trata-se de uma enfermidade inflamatória: o sistema imunológico do doente fica confuso e produz anticorpos que atacam células e tecidos de seus próprios órgãos, provocando a inflamação.

Em situações mais graves e raras (menos de 1% dos casos), o mal pode levar a alucinações e comportamentos psicóticos. A evolução da doença é imprevisível, com períodos de sofrimento e melhoria se alternando constantemente.

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Embora seja conhecido desde a Idade Média, o lúpus permanece cercado de enigmas. Sabe-se, por exemplo, que 90% das vítimas são mulheres, e que 80% delas desenvolvem a doença entre os 15 e os 45 anos. Por quê? A ciência ainda não encontrou a resposta.

Outro mistério: nos EUA, onde as pesquisas sobre a moléstia são as mais avançadas, a incidência é muito maior em populações com características étnicas específicas, como negros e descendentes de asiáticos. Em outras partes do mundo, porém, não há dados que indiquem maior vulnerabilidade deste ou daquele grupo. “Em quase 20 anos de acompanhamento de casos, não conseguimos comprovar aqui as mesmas estatísticas verificadas pelos americanos”, afirma Ricardo Machado Xavier, coordenador do Grupo de Estudos sobre Lúpus da UFRGS.

Os cientistas acreditam que a doença tenha um componente genético em sua origem, já que é comum o registro de múltiplos casos dentro de uma mesma família. “Acreditamos ainda que a alta exposição aos raios ultravioleta e o uso de contraceptivos orais tornem o indivíduo mais suscetível ao lúpus”, avisa a imunologista Myrtes Toledo Barros, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Por isso, protetor solar nunca é demais. E por isso também mulheres com histórico familiar da doença devem fazer uso de anticoncepcionais de baixa dosagem.

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Não há cura para o lúpus. Resta ao doente, portanto, remediar os sintomas e encontrar a melhor forma possível de conviver com eles. A opção mais branda para contornar a doença são os anti-inflamatórios. Para as crises mais intensas, são prescritos corticoides que, embora sejam mais eficazes contra a inflamação, provocam efeitos colaterais como obesidade e diabete.

“Quando necessário, apelamos para drogas como o metrotexato e a cloroquina, que modulam a resposta imunológica, e para os imunossupressores, que, como o próprio nome sugere, reduzem a atividade do sistema de defesa”, explica a especialista Myrtes Barros. A questão é que esses últimos medicamentos baixam a guarda do organismo, deixando-o à mercê de infecções oportunistas.

Quando nada disso resolve, ainda é possível lançar mão de uma classe de remédios classificados como anticorpos monoclonais. “Eles agem em alvos específicos, reduzindo reações indesejáveis. No caso do lúpus, o objetivo é bloquear o TNF-alfa, substância inflamatória produzida pelas células imunes”, ensina o médico Luis Eduardo Andrade.

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*Com informações da SUPERINTERESSANTE e SAÚDE!

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