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Gripe e pneumonia: saiba como diferenciar

Gripe e pneumonia têm sintomas muito parecidos e agem nas vias aéreas do corpo. Entenda como cada uma funciona para se proteger

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 17 jan 2020, 16h06 - Publicado em 1 jun 2011, 21h00
Leo Branco (/)
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O corpo precisa de antibióticos para vencer a pneumonia. Consulte sempre um médico antes!
Foto:Dreamstime

Gripe

Contágio: só vírus. O mais importante deles é o influenza.

Sintomas: febre acima de 38 °C, tosse, catarro, dores pelo corpo e mal-estar generalizado. Os sintomas aparecem rapidamente, todos de uma vez.

Duração: os sintomas duram até três dias, depois começam a diminuir.

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Tratamento: o corpo produz anticorpos em reação aos vírus e supera sozinho a infecção na maioria dos casos. São indicados remédios para aliviar os sintomas.

Pneumonia

Contágio: vírus e bactérias (as mais comuns são os pneumococos). O corpo não consegue contê-los sozinho.

Sintomas: todos os sintomas da gripe, além de falta de ar, pressão baixa e desmaios. Os sintomas aparecem aos poucos, um de cada vez.

Duração: os sintomas duram mais do que três dias, sem melhora.

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Tratamento: o corpo precisa de remédios antibióticos para vencer a infecção, que pode levar à morte se não for tratada.
 

Pneumonia: entenda o que causa a doença e saiba como curá-la

A pneumonia é uma infecção nos alvéolos, parte do pulmão responsável por absorver o oxigênio e expelir o gás carbônico de que o corpo não precisa mais. A doença é causada por organismos que estão no ar.

Quando são inalados, se instalam no pulmão e destroem os alvéolos. A infecção mais comum é causada por bactérias, mas alguns tipos de vírus também podem provocála. No Brasil, 2 milhões de pessoas são hospitalizadas pela doença todos os anos, principalmente no inverno.

O frio favorece o contágio da pneumonia?

Sim, por duas razões. A primeira é que o ar dessa estação, mais frio e seco do que nos outros meses, causa feridas na pele que reveste as vias do nariz e dos outros órgãos que se ligam ao pulmão. “As lesões favorecem a entrada dos organismos que causam a doença”, explica o infectologista Alexandre Naime Barbosa, de Botucatu.

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Outra razão é que nessa época as pessoas ficam mais em ambientes fechados, o que favorece o contágio.

Quem tem mais chances de contrair a doença?

Pessoas acima de 50 anos, crianças abaixo de 5 anos e mulheres grávidas. Mas qualquer pessoa corre o risco de desenvolvê-la, desde que esteja com o sistema imunológico desprotegido. “Uma gripe mal curada, por exemplo, pode levar a uma pneumonia”, explica o pneumologista Ricardo Milinavicius, de São Paulo. Doenças como o diabetes e a aids, além do tabagismo, aumentam o risco.

É possível evitá-la?

Não existe uma maneira 100% confiável. Há uma vacina no mercado que protege o corpo contra infecções provocadas por 23 tipos de bactérias. Mas existem centenas de outros organismos que causam pneumonia. A vacina é indicada apenas para os grupos de maior risco de contágio. Evitar aglomerações nessa época do ano e manter uma alimentação balanceada (com fibras, proteínas e carboidratos) reduz o risco de desenvolvimento da doença.

Como é o diagnóstico e o tratamento da doença?

O diagnóstico é feito por um raio X do tórax e pelo relato dos sintomas da doença, que são parecidos com os de uma gripe. O tratamento é feito com remédios antibióticos. É importante tomá-los de acordo com a indicação do médico. Se o tratamento não for seguido até o fim, os medicamentos perdem o efeito e a doença volta mais forte.

“Pensei que fosse gripe, mas era uma pneumonia”

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Angela Andrade de Oliveira, estudante de 27 anos de Cachoeiro de Itapemirim (ES), não ligou para os primeiros sintomas e tentou se tratar sozinha. O resultado: dores terríveis pelo corpo e até um desmaio. Ficou 49 dias internada no hospital! Veja sua história completa:

“Finalmente aquele 30 de junho tinha chegado. Era um feriado e o cantor sertanejo Daniel se apresentaria na cidade. Eu tinha 17 anos e combinei de vê-lo com minhas amigas. Mas acordei com uma leve dor de garganta.

Pensei que fosse uma inflamação, pois estava meio gripada, e tomei um anti-inflamatório receitado pela minha mãe. Depois, fingi que estava bem de saúde e fui ao show. Eu não imaginava quão doente ficaria dias depois.

A dor, na verdade, significava o início de uma pneumonia, uma doença muito grave que afeta os pulmões. Os sintomas são parecidos com os da gripe: febre, tosse, catarro e dores no corpo. A grande diferença é que a pneumonia exige tratamento adequado e imediato. Do contrário, pode levar à morte.

Como não dei bola para os primeiros sintomas, cheguei perto dessa tragédia. Fiquei 49 dias internada no hospital. Não desejo a ninguém a dor que senti nesses dias.

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Disseram que era virose

O show do Daniel foi à noite. Lá, senti uma brisa fria. No dia seguinte, acordei com uma dor de garganta mais forte. Mal podia falar. Ainda assim, passei o dia na rua com as amigas. Cheguei em casa à noite, quando fazia uns 15 ºC. Como o dia tinha sido quente, eu vestia apenas calça e camiseta. Senti calafrios. Era febre. Tomei outro remédio para baixar a temperatura e vencer o que eu imaginava ser uma gripe.

Fiquei em casa por cinco dias para ver se passava. Misturei dois remédios, um anti-inflamatório e um para a febre. Tomava ambos a cada seis horas, mas eles não faziam efeito. Minha temperatura não baixava dos 38 ºC e eu não tinha forças para sair da cama. Tossia o tempo todo.

No terceiro dia de cama, a parte direita do meu corpo começou a doer a cada tossida. Fora o catarro que saía…

Fui ao pronto-socorro uma semana após os primeiros sintomas. Enquanto caminhava até lá, senti dificuldade para respirar. Quando inalava o ar, meu pulmão doía. Infelizmente, o médico do plantão mal me olhou. Disse que eu estava apenas com uma virose. Sem ter condições para discutir, aceitei os remédios que ele receitou. Eram mais analgésicos e anti-inflamatórios para minhas dores.

Procurei ajuda quando a doença estava grave

Aí, minha saúde piorou de vez. As dores ficaram tão insuportáveis que eu mal conseguia respirar. Toda a parte direita do meu corpo doía muito. Eu chorava de desespero. Pensei que fosse morrer.

Minha mãe decidiu me levar ao médico de novo. Na chegada ao hospital, desmaiei de dor. Aí, fui atendida por um médico mais experiente. Quando descrevi meus sintomas, o doutor me mandou para uma sala de radiografia. Com a chapa do meu tórax nas mãos, ele explicou o que eu tinha.

Meu pulmão direito estava todo branco. Era sinal de uma infecção por pneumonia. Eu precisaria tomar antibióticos e ser internada na mesma hora se quisesse sair viva do hospital.

Nunca imaginei que uma simples dor de garganta pudesse se transformar naquilo. Aliás, é por isso que a pneumonia é perigosa. Por confundi-la com uma gripe, as pessoas só procuram tratamento quando os sintomas já estão avançados.

Em casos como o meu, a recuperação é lenta e arriscada. Na primeira semana, os médicos tentaram me tratar com um antibiótico simples. Depois de sete dias, a infecção continuava igual. Me receitaram, então, outro antibiótico, mas nas radiografias que eu tirava toda semana os pulmões continuavam brancos por causa da infecção.

Os médicos disseram que isso é normal quando se procura ajuda tardia para a doença.

Abriram o meu tórax

Eu estava pálida por causa da febre constante. Emagreci 5 kg. Fiquei com 42 kg, para 1,57 m de altura. Familiares e amigos ficavam espantados ao me ver.

Na terceira semana, tentaram um antibiótico mais forte. Tive medo de que ele também falhasse. Mas a infecção diminuiu e as dores passaram. A febre, no entanto, não baixou. Isso intrigou os médicos. Eles descobriram que tive um derrame na pleura, líquido que envolve o pulmão. Quando a infecção é grave, a quantidade desse líquido ao redor do pulmão aumenta e a parede do órgão se rompe, o que piora a respiração. Por isso, abriram meu tórax para drená-lo. Senti muita dor. Mas o procedimento cessou a febre e recebi alta após 20 dias.

Nunca mais tive pneumonia, mas passei a me agasalhar quando faz frio e a não subestimar os sintomas da gripe. Eles podem ser sinal de algo grave”.

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