Fui uma compradora compulsiva
Cheguei a ter nove empréstimos ao mesmo tempo. Hoje penso muito antes de comprar para não agir por impulso
As vendedoras faziam a festa comigo
Foto: Divulgação
Comprar foi a forma que encontrei para preencher o vazio que sentia. Há cinco anos estava com depressão e as compras eram meu estímulo para me levantar. Cada vez que saía de uma loja achava que minhas frustrações tinham se acabado. Uma ilusão.
Gasto sem controle desde que comecei a trabalhar, aos 18 anos. Roupas, sapatos e bolsas são meus pontos fracos. Cheguei a ter mais de 20 calças jeans. A maioria nem usava. Tem alguns sapatos que se eu pus duas vezes no pé foi muito. Uma vez comprei um computador “top de linha” que ficou quatro meses desligado. Eu não precisava de computador na época.
A compulsão aumentou aos poucos. Quando tive minha primeira filha, há cinco anos, passei a comprar coisas para ela. Chegava em casa com um monte de brinquedos que não eram pra idade dela. E era só pisar na loja de roupas infantis pra sair com no mínimo seis conjuntinhos. As vendedoras ficavam felizes só de me ver. Uma delas descia todas as prateleiras da loja pra mim.
Todo Natal era uma perdição. O clima já é de consumismo desesperado. Para mim era um ímã. As propagandas me deixavam com a sensação de “como eu consigo viver sem isso?” Quando janeiro chegava, era um inferno para pagar as contas.