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Fertilidade, menopausa e mais: como o lado feminino é afetado pelo câncer

Especialistas esclarecem as principais dúvidas sobre a relação entre o câncer de mama e aspectos íntimos da vida das mulheres.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 06h26 - Publicado em 22 out 2018, 22h57

Ao receber um diagnóstico de câncer de mama, é absolutamente normal a cabeça da mulher dar um nó, tantas são as preocupações imediatas.

“Meu primeiro pavor foi se eu sobreviveria para continuar criando minha filha, que na época tinha 2 anos”, lembra a contadora Iris Steffen. “Depois pensei nos meus cabelos, que cairiam, e se eu conseguiria ficar grávida novamente, porque sempre quis ter uma segundinha”, lembra ela, que é mãe de Clara, hoje com 8 anos, e de Vitória, de 3, concebida e nascida depois do final do tratamento.

Além destas, muitas questões rondam os pensamentos das pacientes. Conversamos com um time de especialistas para esclarecer as principais dúvidas: Andrea Watanabe (mastologista do Salomão Zoppi Diagnósticos), André Mattar (mastologista do Alta Excelência Diagnóstica), Artur Malzyner (oncologista da Clinonco e do Hospital Israelita Albert Einstein), Carla Benetti (radiologista especializada em mamas do Salomão Zoppi Diagnósticos), Natalia Fernandes Garcia de Carvalho (mestre em ciências) e Ricardo Luba (ginecologista e obstetra).

É possível engravidar durante o tratamento de câncer de mama?

Possível é, e acidentes acontecem. Mas o recomendado é evitar ao máximo engravidar, pois quase todas as etapas do tratamento aumentam muito o risco de malformação fetal e de aborto – ou seja, acabam configurando uma gravidez de alto risco.

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E, se as etapas forem puladas ou adiadas por causa da gravidez, podem comprometer as chances de sucesso do tratamento e da cura deste câncer. É por isso que o planejamento da abordagem adotada com a paciente de câncer de mama que já esteja grávida é tão meticulosa e coordenada entre muitos especialistas (oncologista, obstetra e radiologista, entre outros).

Vamos detalhas as possíveis etapas do tratamento de câncer de mama e como cada um deles se relaciona com uma gestação que possa surgir no meio do caminho:

– Cirurgia: indicada para a retirada de tumores descobertos em estágios bem iniciais. O risco é relacionado à anestesia, que no primeiro trimestre de gestação pode causar malformações fetais; logo, ela deve ficar para o segundo trimestre.

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– Quimioterapia: deve ser evitada no primeiro trimestre, mas no segundo e no terceiro trimestres pode ser indicada, de acordo com a avaliação médica.

– Hormonioterapia: é uma fase em que se deve evitar de todas as maneiras uma gravidez – abstinência é uma ótima ideia –, uma vez que o tamoxifeno aumenta demais o risco de malformações fetais.

– Radioterapia: outra etapa em que a abstinência pode ser sua melhor amiga, já que os riscos de malformação fetal e de aborto são altíssimos; quando a paciente já está grávida e é diagnosticada com câncer de mama, a radioterapia deve ser adiada para depois do parto.

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– Terapia alvo: também tem um risco elevado de malformações fetais, então não é recomendado que se engravide aqui.

É possível engravidar depois de um tratamento de câncer de mama?

Completamente possível. Se o tratamento tiver sido apenas cirúrgico, a gestação será igualzinha àquela de uma mulher que nunca tenha tido câncer de mama.

Mas, dependendo do tratamento a que a mulher tenha sido submetida, pode ser mais difícil engravidar. Algumas quimioterapias antecipam a menopausa, outras são altamente tóxicas para os ovários. Uma alternativa a se pensar quando o médico alertar para esses efeitos colaterais é o congelamento de óvulos para uma FIV posterior.

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Outra questão importante é quanto tempo depois do fim do tratamento é recomendável engravidar. Em geral, os médicos pedem que se espere por dois anos, para verificar se não há uma recidiva, o que tornaria um novo tratamento algo muito complexo (devido ao que foi explicado no item anterior).

É possível amamentar durante o tratamento contra o câncer de mama?

A amamentação é contraindicada durante o tratamento de câncer de mama. Os medicamentos da quimioterapia (tamoxifeno e anastrozol, por exemplo) são excretados no leite materno, o que prejudica o bebê, e as lesões locais da radioterapia impedem a amamentação.

É possível amamentar depois do tratamento de câncer de mama sem mastectomia?

É possível, mas na mama em que há cirurgia normalmente há também radioterapia, e sua radiação pode diminuir muito a chance de conseguir amamentar. Na outra mama, porém, não há contraindicação nenhuma.

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É possível amamentar depois de uma mastectomia?

A mastectomia é a remoção cirúrgica completa da mama, com todo o tecido responsável pela produção do leite, então a resposta aqui é não, não é possível. Na outra mama, porém, não há problema nenhum.

O tratamento contra o câncer de mama afeta a menopausa?

Dependendo do tipo de medicamento utilizado, as pacientes que fazem quimioterapia tendem a apresentar menopausa precoce – algumas drogas quimioterápicas agem nas células dos ovários.

As que não fazem quimioterapia não sentem nenhuma diferença nesse sentido.

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