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Febre: um tira-dúvidas completo

A febre não é uma doença e, sim, um sintoma que mostra que devemos ficar alertas

Por Paula Montefusco (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 14h39 - Publicado em 23 mar 2015, 20h23
MarcoGovel/Thinkstock/Getty Images
MarcoGovel/Thinkstock/Getty Images (/)
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A febre vive cercada de mitos e às vezes são usados métodos poucos ortodoxos para combatê-la. A seguir, esclarecemos as principais dúvidas para que não só as crianças, mas também os adultos, possam dormir em paz.

O que é

Segundo a chefe de neonatologia do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, Desirée de Freitas Valle Volkmer, a febre é uma reação do organismo. “O processo acelera a produção de glóbulos brancos e de substâncias que combatem infecções. A elevação da temperatura faz parte do processo natural de combate.”

A temperatura corpórea considerada ideal varia de 36°C a 36,7°C. “Geralmente, ela é mais baixa pela manhã e mais alta no fim da tarde ou à noite. Alterações de até 1 grau podem ser absolutamente aceitáveis em condições normais”, esclarece. É por isso que, quando a temperatura está entre 37°C e 37,5°C, a criança está subfebril ou com febrícula. A febre é caracterizada por temperaturas acima de 37,5°C a 37,8°C.

Por que aparece

O sintoma pode estar associado a uma série de doenças, mais comumente infecções bacterianas ou virais. De acordo com Sergio Eiji Furuta, especialista em pediatria e homeopatia e diretor da Associação Paulista de Homeopatia e da Associação Médica Homeopática Brasileira, o aumento da temperatura pode ser decorrente também de episódios corriqueiros, como excesso de roupas ou até exposição solar.

“Como o sistema imunológico da criança é mais imaturo, ela tende a apresentar primeiro sintomas inespecíficos, como febre, perda de apetite, dores no corpo, mal- estar, para depois apresentar o quadro mais específico de localização da infecção”, afirma Anna Julia Sapienza, pediatra do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo.

Primeiro episódio

Se for a primeira febre do bebê, vale a pena telefonar para o pediatra para se tranquilizar e receber orientações, não apenas a respeito de remédios mas do que precisa ser supervisionado na criança: ânimo, apetite e sede, por exemplo. Enquanto não é detectada a causa da febre, é possível tentar diminuí-la com um antitérmico indicado pelo médico com base no peso da criança. Aumentar a ingestão de líquidos também é recomendado.

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Como agir

Se a criança apresentara temperatura acima de 37,5°C, afrouxe as roupinhas e tire o excesso de casacos e mantas. Espere 30 minutos para medir a temperatura novamente. Se continuar mais alta que o normal, entre em contato com o pediatra, que vai orientar sobre o que deve ser feito, especialmente no caso de bebês de menos de 3 meses. Dependendo dos sintomas associados e do estado da criança, ele pode recomendar um antitérmico ou solicitar que ela seja levada para uma consulta de emergência.

No caso de criança com mais de 1 ano, Furuta orienta observar a evolução da febre e o comportamento dela nos primeiros dois dias. “As doenças infantis febris geralmente melhoram em alguns dias, mesmo sem tratamento. Deve-se procurar atendimento médico se o pequeno ficar abatido, na cama, sem querer brincar e, principalmente, se ele se queixar de dor de cabeça intensa, insuportável.” A febre deve ser sinal de alerta quando, além da indisposição, a criança apresentar dificuldade para ingestão de líquidos, dor de cabeça, vômitos ou convulsão, manchas na pele, desconforto respiratório e extremidades frias.

Se após 48 horas a febre persistir em intervalos menores que seis horas mesmo com a administração de antitérmicos, convém levá-la ao pediatra. “O melhor é que ela seja avaliada no consultório, e não no pronto-socorro, onde entrará em contato com outros pacientes, podendo contaminá-los ou ser contaminada por outra infecção”, alerta Anna Julia.

Soluções caseiras

Segundo Anna Julia, o famoso banho frio deve ser substituído por um morno. “Banhos frios ou com álcool fazem com que a sensação de frio nos sensores de temperatura da pele mande uma mensagem ao cérebro para que eleve ainda mais a temperatura corporal.” O banho pode até ajudar a trazer alívio, mas deve estar associado ao antitérmico. “No caso de persistência da febre após uma hora e meia do uso do antitérmico, pode ser utilizado outro de tipo diferente.” Mas é sempre bom ligar pedindo ao pediatra que indique o melhor substituto.

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Associação com doença mais graves

Na maior parte dos casos, a febre é sintoma de infecção não muito grave, que, se tratada de forma correta e rápida, é curada em alguns dias. Mas existem algumas doenças que, se não forem detectadas a tempo, podem trazer riscos à vida da criança, como broncopneumonia e meningite bacteriana.

A febre pode vir associada ainda à alta de temperatura abrupta seguida de convulsão, com palidez, enrijecimento dos músculos e perda da consciência. “Nesse caso, retire objetos que estejam na boca da criança, como chupeta ou alimentos. Não a segure, mas tente mantê-la com a cabeça de lado para evitar que se engasgue com a saliva”, orienta Desirée. “Tente marcar quanto tempo a convulsão durou, pois é uma informação importante para o médico.”

Febre persistente

Caso a febre persista por mais de 48 horas, o pediatra deve ser consultado. Se houver episódios recorrentes, como várias vezes por mês, o médico precisa investigar outras causas associadas ao sintoma, como doenças ligadas a reumatologia, oncologia, hematologia ou quadros infecciosos atípicos que, se não tratados, podem se generalizar. A partir daí, o diagnóstico dessa criança deve ser feito também por um especialista da área em que se encaixa o quadro clínico. Assim, é possível delimitar a causa da febre mais precisamente e prosseguir com o tratamento imediato.

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