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Entenda os sinais do AVC e por que ele atinge cada vez mais jovens

O estilo de vida tem tudo a ver com o crescimento desse risco entre quem tem de 25 a 44 anos.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 19 abr 2024, 15h32 - Publicado em 29 out 2019, 19h09
Human brain abstract blue background, beautiful colorful illustration detailed anatomy (TefiM/Getty Images)
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Quando se pensa em AVC (acidente vascular cerebral, popularmente chamado de derrame), o comum é vir à mente uma pessoa de terceira idade sofrendo desse mal. Mas esta não é mais a realidade: ele tem crescido entre os mais jovens e merece nossa atenção tanto na prevenção do problema quanto na identificação dos sinais de que ele está em curso.

O estudo “Rising Stroke Incidence in Young Adults: More Epidemiological Evidence, More Questions to Be Answered” (em tradução livre, “Crescente incidência de derrame em jovens adultos: mais evidência epidemiológica, mais questões a serem respondidas”), realizado por três pesquisadores da Universidade de Burgundy (França) e publicado no JAHA (Journal of the American Heart Association) em 2016, revisou 16 pesquisas de países da Europa e das Américas e mostra que houve um crescimento de 44% nos casos de jovens de 25 a 44 anos de idade que sofrem AVC – tanto isquêmico quanto hemorrágico.

Hoje, o AVC mata 35,2 a cada 100 mulheres no Brasil, de acordo com levantamento do Ministério da Saúde. Ao lado das doenças cardíacas, ele está no topo da lista de doenças que mais matam a população feminina de 30 a 69 anos. Esse quadro poderia ser diferente, pois se trata de uma doença não-transmissível e prevenível.

O que é exatamente o AVC?

Por ser bem recorrente e as chances de haver casos na família serem enormes, a maioria das pessoas sabe que o AVC pode causar paralisia em um lado do corpo e dificuldades de fala, por exemplo. Mas o que acontece no corpo?

“Os AVCs ocorrem quando o fluxo de sangue para uma área do cérebro é interrompido por uma obstrução vascular – é o AVC isquêmico – ou por uma hemorragia cerebral – é o AVC hemorrágico”, explica a cardiologista Renata Castro, especialista em medicina esportiva. Ela prossegue: “Nosso cérebro é formado por neurônios que sobrevivem por pouquíssimo tempo após a interrupção do fluxo sanguíneo. Uma vez que essas células morrem, o dano cerebral é irreversível. Por isso surgem as temidas sequelas do AVC.”

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Como o cérebro é responsável por comandar diferentes funções de todo o corpo, as sequelas sempre dependem da área cerebral que foi acometida.

O que causa o AVC e por que ele tem atingido as pessoas mais jovens?

Não existem exatamente causas do AVC, mas fatores de risco. De acordo com Antonio Cezar Galvão, neurologista do Hospital 9 de Julho, os principais são hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias, arritmias cardíacas, obesidade, dislipidemias, tabagismo, etilismo e sedentarismo.

Considerando que todos esses fatores têm crescido entre a população mais jovem – dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que 80% dos jovens do mundo não praticam o mínimo de atividade física para a manutenção da saúde (150 minutos por semana), e também que o diabetes cresce entre a população jovem de todo o mundo, assim como o consumo de bebidas alcoólicas e de cigarros convencionais e eletrônicos –, é natural que a ocorrência do AVC cresça junto, segundo especialistas.

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Como identificar se uma pessoa está tendo um AVC?

Para facilitar a memorização, Renata sugere a sigla SAMU para a identificação dos sinais do AVC:

– SORRIA – a pessoa com AVC frequentemente apresenta um desvio labial ao tentar sorrir, tornando o sorriso assimétrico e o lábio mais puxado para um lado do rosto. Peça para a pessoa sorrir e observe isso;

– ABRACE – ocorre uma fraqueza no braço e a pessoa não consegue abraçar caso você peça que ela faça isso;

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– MENSAGEM – peça para a pessoa repetir uma frase simples; se ela não conseguir entender o que você diz ou não conseguir repetir com clareza, é possível estar tendo um AVC;

– URGÊNCIA – é necessário levar a pessoa ao hospital o mais rápido possível. “Quanto antes o atendimento for realizado, maior a chance de sobrevivência sem sequelas”, finaliza a cardiologista.

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