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Dia Mundial da Esquizofrenia: vamos acabar com o estigma dessa doença?

Não é loucura e dá para ter uma vida normal! Conheça melhor esse distúrbio bastante incompreendido pela sociedade.

Por Nathalia Giannetti
Atualizado em 18 abr 2024, 15h15 - Publicado em 24 Maio 2019, 08h58

Hoje, 24 de maio, é celebrado o Dia Mundial da Pessoa com Esquizofrenia. A data tem como objetivo acabar com o estigma da doença que atinge 23 milhões de pessoas no mundo, segundo os dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Quando se fala em esquizofrenia, muita gente pensa em pacientes violentos ou com tendência a surtos de agressividade. Há sim alguns com essas características, mas muitos levam uma vida normal e, com o tratamento, você pode nem desconfiar que eles têm o transtorno.

Pense no número de pessoas com esquizofrenia no Brasil, algo entre 800 mil e 1 milhão, e imagine se essa noção de violência fosse verdadeira… Na verdade, a maior parte das pessoas com sintomas psicóticos tem medo de estar sendo perseguida e acaba se isolando”, explica o  Dr. Ary Gadelha, associado da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Como a esquizofrenia se manifesta

A esquizofrenia é um transtorno mental caracterizado por apatia, delírios, alucinações, desorganização do pensamento e do comportamento

“As principais distorções do pensamento são os pensamentos falsos em relação à realidade”, diz o psiquiatra Mário Louzã, coordenador do Programa de Esquizofrenia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Nessas situações, a pessoa imagina coisas que não estão acontecendo. As alucinações mais comuns são as auditivas – o paciente ouve vozes que conversam com ele ou comentam seus atos. Já os delírios costumam ser relacionados à sensação de estar sendo perseguido ou observado.

Em um estudo na Inglaterra foi identificado que, durante as alucinações auditivas, a região do cérebro responsável pela audição está ativa. Isso explica o motivo da sensação das vozes serem tão reais. O cérebro gera percepções como se de fato houvesse uma voz”, explica o dr. Ary. 

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A doença costuma se manifestar em períodos de surto agudo, com sintomas intensos, e que se alternam com os períodos de remissão, com sintomas reduzidos. No entanto, nem todo caso é igual! “As pessoas com esquizofrenia são muito diferentes. Há uma tendência a acreditar que por terem uma doença em comum são todas iguais, mas isso não é verdade. Cada um tem sua história”, alerta o especialista da ABP.

Diagnóstico

“Uma das características de quem está com um quadro agudo de esquizofrenia é não ter uma percepção de que está doente. A pessoa acredita 100% que todas as alucinações e delírios são verdadeiros. Então, dificilmente um paciente irá procurar tratamento”, relata o psiquiatra Mário Louzã. 

Dessa maneira, pode haver uma grande demora até que a pessoa seja diagnosticada, pois é preciso que parentes e amigos próximos comecem a perceber os sintomas e sua intensidade, algo que pode levar meses e, até mesmo, anos.

Além disso, a dificuldade também aparece no consultório, uma vez que o médico precisa de informações sobre a duração e impacto dos sintomas para fazer o diagnóstico correto. Muitas vezes, um único episódio psicótico não é suficiente, sendo preciso, então, haver acompanhamento da evolução do quadro.

O que causa a esquizofrenia?

Até o momento, a esquizofrenia é considerada uma doença de neurodesenvolvimento. O cérebro de alguém com o distúrbio se desenvolve de uma maneira diferente e, após o fim da adolescência, quando o processo de maturação cerebral já foi concluído, começam a aparecer os sintomas psicóticos.

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Como causa para essa alteração, a teoria mais aceita é a de predisposição genética, que aumenta a vulnerabilidade do indivíduo. “Essa carga genéticas somada a problemas que podem ocorrer ao longo do desenvolvimento pode, no final, chegar à manifestação da esquizofrenia”, conta o psiquiatra Mário Louzã.

Entre os fatores ambientais que podem levar a esquizofrenia, podem ser citados: problemas durante a gestação ou parto, que tem o potencial de danificar o desenvolvimento cerebral; exposição a traumas; vivência em adversidade social; e uso de drogas na adolescência.

Mas atenção! Apenas um desses fatores não é suficiente para causar esquizofrenia.

A vida de quem tem esquizofrenia

“O paciente com diagnóstico correto e tratamento adequado praticamente tem uma vida normal“, afirma Louzã. O paciente terá algumas limitações, assim como qualquer um que tenha uma doença crônica, mas isso não o impedirá de viver tranquilamente.

Como tratamento, ele deverá tomar antipsicóticos para controlar os sintomas e fazer abordagens psicossociais, como os diferentes tipos de terapia, que facilitam a sua volta para uma vida normal.

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Para acabar com o estigma que cerca a doença, o Dr. Ary Gadelha tem apenas uma recomendação: “Precisamos mostrar a história das pessoas com esquizofrenia, seus feitos, suas lutas e conquistas, não falar somente das suas doenças. Mostrar que para além das dificuldades, existem pessoas fantásticas”. 

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