Como a micropigmentação ajuda na autoestima de mulheres com câncer de mama
O procedimento consiste em redesenhar os mamilos e aréolas de forma bem realista, com tinta semipermanente, sem dor.
Câncer de mama descoberto, cirurgia de remoção de mamas realizada com sucesso, tratamento adequado e pronto. Não, não pense que tudo acaba aqui. Para muitas mulheres que sofreram com a doença e fizeram a mastectomia, o período pós-tratamento pode ser uma etapa ainda bem delicada. Foi assim com Aline Martins, empresária que trabalhava com design de interiores até receber o diagnóstico da doença. “Ficar sem as mamas me afetou, foi um golpe muito duro. Foi um momento de desespero, de vazio. Tive que lidar com ansiedade e depressão”, conta. E sabe o que a fez recuperar a confiança, a autoestima e seguir em frente? A reconstrução mamária e micropigmentação. A experiência a impactou tanto, que a fez repensar na vida e na carreira. Hoje, Aline trabalha realizando o procedimento de micropigmentação paramédica pelo Umanas Micropigmentação em mulheres que sofreram o mesmo que ela.
O que é a micropigmentação das mamas?
Trata-se de um procedimento similar a uma tatuagem, que procura se aproximar ao máximo da cor da pele, e que redesenha aréolas e mamilos com uma tinta especial de propriedades semipermanentes. Diferentemente da tatuagem, a tinta só é aplicada na camada mais superficial da pele, por isso não é definitiva e a técnica é rápida e indolor.
A durabilidade do desenho costuma ser de cerca de um ano, podendo variar conforme a pele, organismo e cuidados pós-procedimento.
Do ponto de vida psicológico, ajuda a recuperar a aparência de uma parte muito importante do corpo feminino, marcando o recomeço e o resgate da autoestima.
Como funciona o procedimento
Costuma ser realizado em três partes: avaliação da paciente, micropigmentação em cerca de duas sessões e retorno. “É na avaliação que entendemos as condições da pele da mulher, para garantir naturalidade e harmonia. Depois, o desenho da aréola é feito à mão, na mama, e utilizamos uma técnica exclusiva de maquiagem de longa duração. A etapa final acontece de 30 a 60 dias após a micropigmentação, e é nesse momento que analisamos a recuperação do organismo e realizamos os ajustes necessários”, explica Lu Rodrigues, especialista na técnica e dona do centro de dermomicropigmentação Lu Make Up, que para a campanha de Outubro Rosa 2019 está doando 100 procedimentos para mulheres que concluíram o tratamento do câncer de mama.
Quem pode e não pode fazer?
Em primeiro lugar, a micropigmentação só é realizada com autorização médica, assinada e carimbada com o CRM do profissional.
Não podem fazer pacientes que estejam em tratamento oncológico. Além disso, a técnica não é recomendada para diabéticas, hipertensas, portadoras de HIV, hemofilia, leucemia e trombose.
Cuidados antes e depois da micropigmentação
Antes de realizar a micropigmentação, é recomendado suspender qualquer tratamento com ácidos, peeling ou laser perto da região das mamas por pelo menos sete dias, de maneira a garantir que a pele esteja cicatrizada e sem descamação.
“Depois do procedimento, é de extrema importância evitar qualquer fonte de calor por um um período de, ao menos, 10 dias”, recomenda a artista licenciada em micropigmentação Deise Damas.
Além das mamas
O procedimento de micropigmentação não se restringe apenas à reconstrução mamária e as pacientes acabam fazendo uso da técnica para refazer a sobrancelha, que muitas vezes é afetada pelos tratamentos.
Ana Cristina passou por quimioterapia e teve um grande choque ao perder as sobrancelhas. “No cabelo, eu podia colocar um lenço ou um turbante, mas para o rosto… eu não conseguia nem me maquiar sem a sobrancelha. Depois do tratamento, meu cabelo voltou a crescer, mas a sobrancelha demorou muito mais. Eu me olhava no espelho e continuava me achando com o aspecto de doente. Hoje, fazendo o procedimento, eu já estou me sentindo outra pessoa, minha percepção mudou totalmente. A melhor coisa é me olhar no espelho e me encontrar”, comemora.