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Brasileira cria teste que diagnostica o HIV em tempo recorde

O teste criado por Priscila Kosaka e um time de pesquisadores espanhóis permite detecção da doença na primeira semana de infecção

Por Da Redação
Atualizado em 17 fev 2017, 15h54 - Publicado em 17 fev 2017, 15h43
Priscila Kosaka e um time de pesquisadores espanhóis desenvolveram um biossensor que pode detectar o vírus da Aids ainda na primeira semana de infecção.
Priscila Kosaka e um time de pesquisadores espanhóis desenvolveram um biossensor que pode detectar o vírus da Aids ainda na primeira semana de infecção.  (Joan Costa/CSIC/Divulgação/)
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Uma cientista brasileira criou um novo teste que pode revolucionar o diagnóstico de HIV. Priscila Kosaka e um time de pesquisadores do Conselho Nacional de investigação da Espanha (CSIC) desenvolveram um biossensor que pode detectar o vírus da Aids ainda na primeira semana de infecção.  

O exame tradicional é geralmente feito após um mês da situação de risco, como sexo desprotegido ou compartilhamento de agulhas. A espera se deve ao tempo que o corpo leva para produzir os anticorpos que são detectados no exame.

A nova tecnologia antecipa o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento antirretroviral, essencial para impedir a disseminação do HIV para outras pessoas . “Logicamente, a detecção também é crítica para a prevenção da transmissão do HIV”, disse a cientista para a EXAME.com.

Há duas maneiras de detectar o HIV no sangue. A primeira é a partir da identificação do RNA viral em uma concentração que pode ser encontrada duas semanas após a infecção. Apesar de muito sensível, esse exame é extremamente caro.

A segunda técnica consiste em detectar uma proteína do HIV-1, a p24, quando ela alcança 10 picogramas por mililitro de sangue. Essa concentração pode ser atingida aproximadamente entre três e quatro semanas após a infecção. O que Kosaka e os pesquisadores fizeram foi aprimorar esse último teste.

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No exame, o soro (material obtido a partir da coagulação do sangue) é depositado no biossensor, que já está preparado para encontrar qualquer partícula de proteína p24. “O sensor é como um trampolim de piscina. Ele vibra com uma determinada frequência quando há algo sobre ele”, explica Priscila Kosaka, em entrevista a EXAME.com. Desse modo, é possível medir a massa das proteínas.

Em seguida, nanopartículas de ouro são colocadas sobre o sensor. “Elas possuem ressonâncias ópticas que fazem as proteínas brilharem”, diz Kosaka. De acordo com a cientista, a combinação da estrutura mecânica do biossensor com as nanopartículas de ouro faz com que o exame seja 100 mil vezes mais sensível à proteína p24 do que o teste tradicional. “A especificidade é tão alta que a taxa de erro é quase mínima.”

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Todo esse processo leva menos de cinco horas e os resultados clínicos podem ser obtidos no mesmo dia.

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Além da detecção do HIV, o biossensor também pode ser aplicado no diagnóstico precoce de certos tipos de câncer, como leucemia mielóide, câncer de pulmão e de mama.

Mercado

Antes de chegar ao mercado, a tecnologia ainda precisa ser validada com amostras humanas. “Iniciaremos os estudos clínicos e esperamos que até o final deste ano possamos aprovar o uso do sensor em amostras humanas.”

Depois dos testes clínicos, é preciso esperar a aprovação de leis da Europa e dos Estados Unidos. O biossensor já foi patenteado pelo Conselho Nacional de Investigação da Espanha e está licenciada a uma empresa.

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