Antidepressivo sem preconceito
Ninguém precisa ter vergonha de tomar esse tipo de remédio. Acabe com todas as dúvidas e seja feliz
Nove entre dez pacientes não vão ao psiquiatra por medo ou preconceito.
Foto: Dreamstime
A revista britânica “The Lancet”, uma das bíblias dos cientistas, publicou um estudo importantíssimo sobre os tratamentos para depressão, síndrome do pânico, estresse e outros transtornos mentais. De acordo com os autores, em países como o Brasil, a maioria das vítimas não recebe o tratamento adequado por causa do estigma que envolve essas doenças e os remédios usados para combatê-las. “Nos países em desenvolvimento, o preconceito é muito grande”, afirma Richard Horton, editor da publicação.
Os males atingem mais de 20 milhões de brasileiros. Para a maioria deles, a solução poderia ser simples: procurar um psiquiatra, contar sua história e seguir o tratamento indicado. De acordo com os cientistas, no entanto, nove entre dez vítimas não buscam esse caminho ou demoram muito para segui-lo por ter medo de ser tachada de louca. Esse temor é fruto de um preconceito que tem origem no passado, quando os psiquiatras e seus remédios eram indicados apenas para quem sofria de doenças mentais muito graves.
Naquele tempo, as drogas eram fortíssimas e tinham vários efeitos colaterais. Com os avanços da medicina, no entanto, surgiram novos medicamentos, bem mais leves e seguros. Mas a imagem antiga continua presente. Tanto é assim que quem faz tratamento psiquiátrico raramente admite isso publicamente.
Uma exceção é a atriz Cássia Kiss, que viveu o papel da vilã Zilda em “Eterna Magia”. Sem medo, a atriz revelou que toma remédios para tratamento de transtorno bipolar, um mal que faz a pessoa alternar períodos de depressão e euforia. “É preciso acabar com o preconceito contra essas doenças”, justifica. Ela merece aplausos.