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30 dias, 1 vontade: parar de dizer “eu odeio fazer exercício”

Se você está pensando nas suas metas para 2016, experimente passar 30 dias fazendo aquilo que você nunca achou que fosse conseguir

Por Daniela Arrais (colunista)
Atualizado em 11 abr 2024, 17h31 - Publicado em 7 dez 2015, 13h51
ismagilov / Thinkstock (/)
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São Paulo, 3 de novembro de 2015

Eu odeio fazer exercício. Sim, já tentei o suficiente para ver se chegava naquele ponto em que a endorfina finalmente faz efeito. Nunca rolou. Também já procurei algo que me desse prazer – até encontrei isso no tênis, mas uma vez por semana é mais hobby do que esporte, né? Prefiro ficar lendo um livro ou a internet inteira. Se ser sedentária fosse uma opção possível, eu seria a primeira a levantar a bandeira.

Não é. Posso até detestar exercício hoje, mas sei que uma hora o corpo vai dar sinais de que tenho que fazer alguma coisa. Sei que a saúde dos 30 não é a mesma dos 50 etc etc. Já fiz plano anual em academia, plano semestral também. Já contratei personal trainer. Entrei em uma aula de ginástica tão legal e cabeçuda que tocava até Caetano Veloso. Nada me fez ter o mínimo de persistência.

Reprodução Giphy
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Cansei de fazer doação pra academia. E de esperar algum amigo ou vizinho ter horários compatíveis. Então hoje, 3 de novembro, decidi que vou tentar. Mas tentar de verdade. Resolvi que vou aprender a correr. Na rua. E que todo dia eu vou me movimentar por meia hora, fazer alguma coisa com o corpo. Pode ser andar de bicicleta, descer e subir a rua perto de casa. Qualquer coisa que me mantenha em movimento e que custe zero real. Porque agora eu só pago por exercício quando parar de dizer “eu odeio fazer exercício”, ou ao menos quando parar de sentir tédio quando a conversa das amigas for sobre o funcional, o pilates e a ioga.

São Paulo, 2 de dezembro de 2015
Tudo mudou. Hoje completo meu auto-desafio de 30 dias em movimento. Sábado passado, por livre e espontânea vontade, fui correr na pista que tem perto de casa. Não precisava, tinha feito exercício durante a semana, mas quis ir. Aliás, não foi o primeiro sábado. E sabe o que é legal de ir no fim de semana? O lugar fica cheio de gente, as pessoas sorriem umas para as outras. E eu comecei a gostar disso. Então enumerei os motivos dessa mudança radical: 

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1. Uma ideia fixa na cabeça

Eu vou aprender a correr. E vai ser logo. Gosto de me impor desafios, fico feliz quando consigo cumprir as pequenas metas. Claro que morri de preguiça em vários dias, mas a vontade de chegar nos 30 dias foi maior.

+ Leia também: 8 passos para você se apaixonar pela corrida

2. 30 minutos do dia

A gente tem tempo pra tudo, basta nos organizarmos para isso. Tem uma imagem que eu adoro:

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Nos acostumamos a viver “na correria”, a dizer que não temos tempo nem pra encontrar os amigos. Mas a gente tem, claro que tem. Quando não consegue fazer o que quer é mais um problema de administração de tempo e de prioridade do que propriamente do relógio. Então fiz essa meia hora existir em todos os meus dias. Eu tenho meia hora pra cuidar da minha saúde, quase um mantra.

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3. Movimentos variados

Quero correr, ok, mas não dá pra correr todo dia, então o passeio com a cachorra também vale como movimento. Ir a pé pra uma reunião, pegar metrô e andar um trecho do caminho, também. Qualquer coisa que me fizesse tirar a bunda da cadeira eu encarei como exercício nesse período.

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4. Horários flexíveis

Os horários flexíveis foram importantes também. Como trabalho de casa, pude encaixar o exercício no horário mais pertinente – e também no que me dava mais vontade. Não tenho o hábito de acordar cedo, então nada de colocar como desafio correr às 7h da manhã. Já fui às 9h, às 11h, às 15h, às 17h, às 19h. Depende do dia, depende da disposição, o importante é não deixar de ir.

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5. Aplicativos 

Nos dias em que não dava pra tentar correr, baixei um aplicativo para fazer uns exercícios de circuito, bem rápidos e cansativos. Você faz abdominal, prancha, marinheiro. Também baixei o Nike Running. Em 30 dias, andei/corri mais de 50 km. Ver essa marca, ver qual foi sua corrida mais longa ou qual foi a mais rápida, é um baita estímulo. Parece um jogo que você trava com você mesma. E passar de fase é sempre muito legal, né?

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6. Redescobrir a rua

A descoberta mais legal desse período foi a rua, que ganhou um novo significado. É tão bom andar por onde você costuma passar de carro. É demais perceber também que as distâncias vão encurtando. Aquele lugar pra onde você só ia de táxi agora é perto, você pode ir correndo! E aquela escadaria perto de casa, que você nunca tinha subido inteira? Vira uma academia ao ar livre.

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7. Trilha sonora

A trilha sonora também foi fundamental. Fiz uma mixtape intitulada “Para correr 30 minutos”. Começa com “Modern love”, do David Bowie, termina com “I wanna dance with somebody”, da Whitney Houston – e não existe música mais motivacional do que essa para você terminar seus exercícios! No dia em que consegui correr direto uma distância que eu nunca tinha corrido antes, ouvir essa mesma música me fez pensar que estava na cena final de um filme de superação, haha. Ouçam:

https://rd.io/i/QWZaNzO4UHU/

Agora a chave virou e eu dou um jeito de fazer alguma atividade todos os dias. No fim de semana passado, por exemplo, dancei por muitas, mas muitas horas mesmo. Tô feliz porque finalmente coloquei em prática uma coisa que em que eu acredito: a gente tem tempo pra tudo. Me sinto mais disposta e agora tô animada pra bater meus próprios recordes, que são ínfimos ainda. 

Se você está pensando nas suas metas e vontades pra 2016, experimenta passar 30 dias fazendo a tal coisa que você quer e nunca consegue. Você vai se surpreender. Se eu consegui, qualquer pessoa consegue 😉

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