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17 mitos e verdades sobre a cirurgia bariátrica

Esclarecemos as questões mais importantes sobre a cirurgia bariátrica, procedimento cada vez mais procurado no país

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 12h59 - Publicado em 15 out 2013, 21h00

A cirurgia bariátrica é o último recurso para combater a obesidade
Foto: Getty Images

Para muitas mulheres, lutar contra a balança é mais do que uma questão estética. Significa viver melhor. Num país em que os índices de obesidade crescem – hoje 18% das brasileiras pesam muito mais do que deveriam -, as cirurgias de redução de estômago estão cada vez mais populares. Mas os médicos alertam: este deve ser o último recurso para quem quer emagrecer. Afinal, é uma solução radical. “A cirurgia bariátrica deve ser vista como parte de um programa que envolve mudança de hábito, reeducação alimentar e prática frequente de atividade física”, diz Almino Ramos, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Além disso, há outras questões que você deve conhecer antes de encarar a mesa de cirurgia. Confira os principais mitos e verdades sobre a redução de estômago.

1. QUALQUER UM PODE FAZER UMA CIRURGIA BARIÁTRICA.

Mito – A redução do estômago é indicada para pacientes a partir de 16 anos que têm o índice de massa corpórea, o chamado IMC, acima de 40 kg/m², com ou sem doenças associadas, como diabetes, hipertensão, e entre 35 e 40 kg/m², com doenças associadas. É preciso também que o paciente tenha tentado emagrecer sem sucesso por dois anos, em média, com dieta, exercícios físicos e medicamentos.

Calcular o IMC, medida que os médicos usam para definir obesidade, é simples. Divida seu peso pela sua altura multiplicada por ela mesma!

2. NÃO EXISTE CONTRAINDICAÇÃO

Mito – A cirurgia não pode ser realizada em pacientes portadores de doenças psiquiátricas que impeçam a adesão ao tratamento pós-cirúrgico, usuários de drogas e alcóolatras, pacientes que sofrem de compulsão alimentar e em quem tem doença cardíaca em estágio avançado.

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3. QUEM FEZ REDUÇÃO DE ESTÔMAGO NÃO PODE ENGRAVIDAR

Mito – A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica recomenda que as mulheres procurem engravidar dois anos após a cirurgia. Engravidou? Informe o médico que a acompanhou durante todo o processo de tratamento.

4. VOCÊ EMAGRECE BEM MAIS NOS SEIS PRIMEIROS MESES APÓS A CIRURGIA.

Verdade – “No começo, o seu metabolismo queima mais gordura”, diz o cirurgião bariátrico João Luiz Azevedo. O emagrecimento total acontece em até dois anos. A expectativa é que se perca de 30 a 40% do peso inicial.

5. OS PLANOS DE SAÚDE E O SUS DEVEM COBRIR A CIRURGIA BARIÁTRICA.

Verdade – Quem depende do SUS para realizar a cirurgia, porém, pode ter que esperar algum tempo na fila. O Ministério da Saúde não tem o registro, mas “pode levar até sete anos para o paciente ser operado”, diz Azevedo. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula os planos de saúde, o período de carência para cirurgia é de até seis meses.

6. DÁ PARA COMER COMO ANTES E ENGORDAR TUDO NOVAMENTE.

Depende – A pessoa não vai comer como antes, mas se tomar uma lata de leite condensado inteirinha numa refeição, poderá engordar novamente sim. “A paciente volta a ganhar peso se consumir alimentos calóricos, como frituras e açúcares. Mas é raro quem recupera todo o peso”, afirma Ramos.

7. A PACIENTE TERÁ NECESSARIAMENTE DE FAZER PLÁSTICAS PARA RETIRAR O EXCESSO DE PELE.

Mito – “Com um bom programa nutricional e atividade física, quem perde de 25 a 35 kg não precisa se submeter à cirurgia, mas isso varia de acordo com cada paciente”, diz Ramos. Ele afirma também que quem é mais jovem tem vantagens, pois a pele é mais elástica.

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8. DÁ PARA FAZER PLÁSTICAS E TIRAR O EXCESSO DE PELE LOGO APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA.

Mito – Você terá de lidar com o excesso de pele, em média, por dois anos. “O ideal é que a paciente perca todo o peso esperado e esteja bem para ser operada novamente”, diz o cirurgião Denis Pajecki.

9. PLANOS DE SAÚDE E O SUS DEVEM COBRIR PROCEDIMENTOS REPARADORES.

Verdade – Segundo a ANS, os planos só precisam cobrir plásticas na região do abdômen. E o paciente ainda tem de apresentar complicações, como candidíase de repetição, infecções bacterianas devido ao atrito de pele, etc. Tanto no serviço público quanto no privado, é preciso indicação médica. E não custa dizer: leia o contrato do plano de saúde para não ter surpresa depois.

10. SÓ EXISTE UM TIPO DE CIRURGIA PARA REDUZIR O ESTÔMAGO.

Mito – Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, há quatro tipos de técnicas aprovadas no Brasil. Conheça cada uma delas abaixo.

11. A CIRURGIA BARIÁTRICA É MUITO CARA.

Verdade – Quem pensa em arcar o valor da cirurgia com grana do próprio bolso terá de pagar, em média, de R$ 20 mil a R$ 40 mil. “É preciso pagar a equipe médica e todo o equipamento cirúrgico”, diz Azevedo.

12. É IMPORTANTE O ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO ANTES E APÓS A CIRURGIA.

Verdade – “A avaliação psicológica é importante para saber se o paciente tem expectativas reais com relação à cirurgia , se não está num momento de depressão ou estresse muito grande ou se tem algum outro problema que possa atrapalhar o tratamento”, explica a psicóloga Marilice Rubbo de Carvalho. Durante as sessões, é investigado o que levou essa pessoa a engordar, já que normalmente essas pessoas não fazem a menor ideia. “Não adianta fazer a cirurgia se não mudar a estrutura que provocou a obesidade”, afirma Marilice. Por isso, alguns médicos recomendam também que o paciente tenha acompanhamento psicológico após a cirurgia.

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13. A CIRURGIA BARIÁTRICA É MAIS ARRISCADA QUE OUTRAS CIRURGIAS.

Mito – Segundo Pajecki, durante a operação, os riscos de complicações, como um problema cardiológico, é igual ao de qualquer outro procedimento cirúrgico abdominal. No pós-operatórias, complicações leves e graves ocorrem em 4% dos casos. “Nos primeiros 30 dias, pode haver sangramento interno, infecções e complicações clínicas, como trombose”, diz. A médica nutróloga Sandra Fernandes afirma que, dependendo da técnica operatória, podem ocorrer vômitos ou diarreias. “A média ou longo prazo, as complicações estão ligadas a desnutrição, osteoporose e carência de vitaminas e minerais”, afirma.

14. É PRECISO FAZER EXERCÍCIOS APÓS A CIRURGIA.

Verdade – “Os exercícios potencializam o emagrecimento, evitam o ganho de peso e reduzem a perda de massa muscular”, diz Pajecki.

15. ENGORDAR É UM BOM CAMINHO PARA FAZER A CIRURGIA.

Mito – “Quem quer ganhar 10, 15 kg rapidamente para se submeter a uma cirurgia põe a vida em risco”, diz Ramos.

16. O APOIO DA FAMÍLIA É ESSENCIAL.

Verdade – Todos que convivem com o paciente precisam colaborar. Se a família tem uma alimentação gordurosa, não vai dar para continuar assim! A família deve mudar os hábitos, além de dar apoio e não fazer cobranças exageradas.

17. AS UNHAS PODEM FICAR QUEBRADIÇAS E O CABELO PODE CAIR APÓS A CIRURGIA.

Verdade – “Isso pode acontecer nos primeiros meses, quando a perda de peso é mais intensa. Mas dá para resolver com suplemento vitamínico”, diz Pajecki.

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CONHEÇA AS TÉCNICAS DE CIRURGIA BARIÁTRICA

Bypass gástrico: é a técnica mais realizada no país. O estômago é grampeado e, depois, ligado diretamente ao intestino. “É um método eficiente e com baixo índice de complicações”, diz Pajecki. É indicada para quem tem cerca de 50 kg de excesso de peso, associados com diabetes, colesterol e triglicérides alta.

Gastrectomia vertical: a técnica consiste em fazer do estômago uma espécie de tubo, com capacidade de cerca de 150 ml. Ao reduzir o espaço, o paciente é obrigado a comer pequenas refeições. “O resultado é bom, mas não é melhor que o bypass”, diz Ramos. É indicada para quem tem de 30 a 40 kg de excesso de peso, come em grandes quantidades, mas não tem doenças associadas.

Banda gástrica ajustável: coloca-se um anel de silicone ajustável no início do estômago, o que desacelera a digestão. “É cada vez menos usada, pois a perda de peso é menor e demanda muito cuidado pós-operatório”, diz Pajecki.

Duodenal Switch: Assim como na gastrectomia vertical, o estômago é reduzido. Nesta técnica, aumenta-se o desvio intestinal. O paciente come menos e o corpo absorve menos alimentos também. A técnica, indicada para pacientes que tem alguma doença no estômago, é cada vez menos utilizada nas clínicas, pois o risco de problemas nutricionais, como episódios de diarreia, é maior.

Fontes: João Luiz Azevedo, membro do departamento de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp); Almino Ramos, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM); Dr. Denis Pajecki, diretor do Departamento de Cirurgia Bariátrica da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) ; Sandra Lucia Fernandes, membro da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran); Marilice Rubbo de Carvalho, psicóloga.

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