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13 mitos e verdades sobre alimentação e diabetes

Diabético não pode comer doce? Muito açúcar pode te deixar diabética? Essas e outras questões esclarecidas por especialistas.

Por Daniella Grinbergas
Atualizado em 15 jan 2020, 07h12 - Publicado em 14 nov 2019, 09h00
Diabetes, conceptual image. Sweets, chocolate and an insulin injection. (Science Photo Library/Getty Images)
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Receber o diagnóstico de diabetes não é uma sentença, uma condenação a cortar o doce da vida! “Com moderação, nada é proibido. Ou seja, é preciso maneirar nas porções e não deixar de verificar as taxas de açúcar no sangue”, explica o endocrinologista Marcio Krakauer, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes de São Paulo. Mas ainda há muitos fantasmas sobre a alimentação e o diabetes. Por isso, conversamos com especialistas que esclarecem tudinho.

Entendendo a doença

“O diabetes se caracteriza pelo aumento da glicose (açúcar encontrado nos alimentos e utilizado pelo organismo como fonte de energia) no sangue acima de valores considerados normais”, explica a endocrinologista Rosália Padovani. O problema acontece quando não há produção de insulina suficiente (hormônio secretado pelo pâncreas cuja função é permitir que a glicose do sangue entre nas células e possa ser utilizada) ou quando a insulina secretada pelo pâncreas não consegue agir em seus receptores.

MITOS X VERDADES

1. Diabéticos não podem comer açúcar ou doces

MITO. O importante é o diabético saber controlar sua glicemia. “Comer doce pode, não pode comer em excesso. Isso porque o açúcar eleva a glicemia rapidamente, então é preciso ficar atento à quantidade consumida”, aponta Gustavo Daher, endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

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O carboidrato simples e o açúcar livre, como aquele que temos à mesa, têm rápida absorção pelo nosso organismo e entram direto na corrente sanguínea. Por isso, o melhor é consumir com moderação.

2. A alimentação de diabéticos deve ser restritiva

MITO. “Alguém que recebeu um diagnóstico de diabetes tipo 2, sem complicações, deve ter uma dieta parecida com uma dieta saudável que qualquer um deveria ter. Quem não tem diabetes não pode sair comendo doces em excesso. Arroz, pães e massas são carboidratos que pedem atenção e deveriam ser trocados pelas versões integrais, por diabéticos ou não”, defende o médico do Einstein.

O controle da alimentação é fundamental: “O mais importante é manter metas de carboidratos por refeições para controle da glicemia”, orienta a dra. Tatiana Denck Gonçalves, endocrinologista do consultório Clinere.

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3. É preciso ficar atenta aos rótulos dos industrializados

VERDADE. Alguns alimentos processados têm açúcares ocultos nas fórmulas ou até mais carboidratos do que deveriam, por isso atenção! Alguns são mais óbvios, como ketchup e sucos de caixinha, mas outros podem passar despercebidos, como congelados e pães artesanais.

4. O açúcar das frutas é mais saudável e por isso pode ser consumido à vontade

MITO. “O produto final do metabolismo da frutose é a glicose”, explica a dra. Tatiana. Há frutas mais ou menos recomendadas, de acordo com o índice glicêmico. “O índice glicêmico (IG) é um fator usado para comparar a capacidade de cada carboidrato de aumentar o açúcar no sangue”, explica o dr. Gustavo. As frutas de baixo IG são as menos doces, como maçã, kiwi, morango; ao passo que as de maior IG são mais adocicadas, como banana, melancia e melão. Prefira as primeiras.

A quantidade recomendada é individualizada, mas de forma geral, o ideal é comer de duas a três frutas (ou fatias) por dia. E o médico do Einstein reforça que cada paciente é orientado ao consumo de acordo com suas necessidades.

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A dra. Tatiana ainda recomenda o consumo das frutas sob a forma natural, de preferência com casca e bagaço devido à maior concentração de fibras.

5. Há alguns alimentos que ajudam a controlar os picos de glicemia

VERDADE. “Refeições mistas e alimentos integrais tornam mais lento o processo de digestão e absorção e acarretam menor pico insulínico”, aponta a dra. Tatiana. Ela exemplifica alimentos com baixo índice glicêmico: aveia, grãos de chia e linhaça, abacate, batata doce, farinhas funcionais (de banana, de feijão), bem como os alimentos ricos em fibras solúveis.

“O tipo de preparação do alimento também interfere no índice glicêmico. Por exemplo, estudo observou que a batata doce cozida possui menor índice glicêmico do que a batata doce assada ou frita”, conta.

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6. Existem melhores momentos para o diabético comer doce.

VERDADE. “Após as refeições, principalmente se elas tiverem uma quantidade de fibras interessante, é ideal. Nesse momento, a absorção da glicose ocorre mais lentamente, o que faz com que os picos glicêmicos sejam menos pronunciados”, justifica a dra. Tatiana. Outra boa hora é após exercício físico com mais de uma hora de duração, para reposição energética.

7. Dieta de quem tem Diabetes tipo 1 é diferente da de quem tem diabetes tipo 2

VERDADE. Basicamente a diferença entre estes pacientes é que o diabético tipo 1 não produz insulina nenhuma e ele acabada dosando as injeções de acordo com o que ele vai consumir. Por isso, ele até consegue fazer melhor as contas e bolar estratégias de alimentação.

8. Bebidas alcoólicas devem ser moderadas

VERDADE. “Álcool é açúcar fermentado, então merece atenção e controle. Além disso, o os sintomas de embriaguês e os de alterações glicêmicas são muito parecidos, o que pode levar o paciente a tomar alguma medida errada”, aponta o dr. Gustavo.

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Mais uma vez, não existe um consenso universal, tudo depende do paciente e do caso, mas a dra. Tatiana diz que a Associação Americana de Diabetes (ADA) recomenda o consumo diário máximo de 1 dose para mulheres e 2 doses para homens – “sendo 1 dose equivalente a 360 ml de cerveja (1 lata), 150 ml de vinho (1 taça) ou 45 ml de destilado”, explica.

9. Obesidade e diabetes têm ligação

VERDADE. “O aumento do peso piora o diabetes. A resistência à insulina (quando a que produzimos não têm efeito no organismo) decorre do aumento de gordura visceral”, explica o médico do Einstein.

10. Alimentos diet estão totalmente liberados

MITO. Alimentos zero açúcar são melhores que os tradicionais, mas precisam ser consumidos com moderação porque eles geralmente têm maior valor calórico. “O chocolate, por exemplo, tem açúcar substituído por gordura, o que acaba sendo pior indiretamente, principalmente para quem tem diabetes decorrente de obesidade”, justifica o endocrinologista.

11. É preciso se alimentar de 3 em 3 horas

DEPENDE. Diabéticos tipo 1, que não produzem insulina, não devem necessariamente fracionar as refeições. Já os pacientes com diabetes tipo 2, que aplicam insulina, precisam comer com regularidade. “Se o paciente receber insulina e não comer, os níveis de açúcar caem e ele tem um quadro de hipoglicemia”, diz o dr. Gustavo.

12. Canela e chá de pata-de-vaca controlam o diabetes

MITO. “Nenhum alimento substitui a necessidade de dieta, uso de medicamento e acompanhamento médico periódico. Não existe comprovação científica de que a canela ou chá possa ajudar a controlar o diabetes”, ressalta a dra. Tatiana.

13. Comer muito açúcar pode desencadear diabetes

MITO. “O problema não é comer doce, o problema é ganhar peso, uma consequência da má alimentação, já que obesos têm maior chance de desenvolver diabetes tipo 2”, afirma o dr. Gustavo.

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