Um novo emprego me atraiu, mas o salário é abaixo do meu atual
Nossa colunista Cynthia de Almeida incentiva: não tenha medo de negociar
Fui convidada para trabalhar em uma empresa incrível, mas o salário é menor do que o meu hoje. Devo ir por menos ou fico onde estou?
Você se esqueceu da terceira e melhor alternativa para o seu caso: negocie com os novos empregadores. Sim, antes de aceitar ou recusar uma proposta que, do ponto de vista financeiro, não é atraente, você deve se preparar para melhorá-la. E há alguns passos a cumprir para fazer isso com segurança:
1. Pesquise no mercado qual é o valor médio que se paga para a função que você deve ocupar,
2. Informe-se na empresa que a convidou se a média dos salários está dentro ou abaixo do mercado,
3. Veja se o que estão oferecendo a você está na média do padrão interno de remuneração ou se é o mínimo (isso já dá uma pista de que há margem de manobra),
4. Pergunte sobre outros benefícios que possam eventualmente compensar um salário menor,
5. Compare as perspectivas de crescimento profissional entre o seu emprego atual e a da empresa que a convidou.
Se depois de feitas essa apuração e análises você ainda se sentir tentada a aceitar o emprego, vá em frente, mas negocie, peça mais. Um dos efeitos perversos da não-negociação do primeiro salário por parte das mulheres é a manutenção pela vida afora do gap salarial em relação aos homens, que hoje, em média, é de 30%. Muitos estudos recentes mostram que essa desproporção começa no salário inicial: 46% dos homens pedem mais, versus apenas 30% das mulheres. Outro dado contra nós: 39% deles se sentem apreensivos em negociar enquanto 55% das mulheres sofrem mais por isso. Quebrar essa cultura exige tempo, coragem e paciência. Fico torcendo por você.
Cynthia de Almeida é nossa colunista de carreira e escreve sua coluna aqui no site toda terça-feira. Para mandar sua dúvida para ela, clique aqui.