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#TemQueFalar: “Acordei com meu padrasto em cima de mim”

A leitora Rosana*, de 24 anos*, relata o abuso que sofreu dentro da própria casa

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 11 abr 2024, 18h00 - Publicado em 9 nov 2015, 17h57
Divulgação/CLAUDIA
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Nas últimas semanas, as mulheres brasileiras se uniram em torno do tema #PrimeiroAssédio, capitaneado pelo grotesco ataque sofrido por uma participante do MasterChef infantil – ela tem apenas 12 anos. A mobilização levou muitas delas a compartilhar em suas redes sociais casos semelhantes ou ainda mais graves, que deixam sequelas profundas em suas vítimas. Algumas delas, porém, preferiram guardar suas histórias para si, por medo de ser identificadas por seus agressores. Publicamos a história de uma leitora que, 15 anos após um ataque sexual, ainda tem medo de ser encontrada. Não demorou para que outras mulheres nos procurassem: Gabriela*, Marcela*, Mariana*. Em comum, o desejo de dividir seus traumas, medos e culpas. Especialistas apontam que falar sobre eles é uma das maneiras eficientes de superá-los. Por isso, criamos o movimento #temquefalar. Um espaço de cura, que incentiva a troca de experiências e, sobretudo, traz o assunto à tona, para evitar novas vítimas entre crianças e mulheres. 

Leia o depoimento da leitora Rosana*:

“Primeiramente, tive algumas dúvidas se dividiria o que aconteceu comigo quando criança, pois o abusador já não está mas entre nós.

Quando tinha 3 anos, meu pai faleceu, sequer tenho lembranças dele. Sou a caçula de 10 irmãos. Aos 5 anos, minha mãe se casou novamente e não demorou muito pra começarem os abusos. Certo dia, já estava anoitecendo e minha mãe foi visitar uma vizinha que estava enferma. Eu estava dormindo e fiquei em casa. Acordei com meu padrasto em cima de mim, com o pênis encostando na minha vagina e falando as piores barbaridades que uma criança poderia ouvir. Eu não sabia como agir e fingi que ainda estava dormindo. Orava muito para que alguém chegasse. 

Não parou por aí, no decorrer dos anos, os abusos continuaram. Ele pegava a minha mão e colocava no pênis dele. Dizia que se eu transasse com ele, me daria tudo o que eu quisesse. Quando minha mãe não estava em casa, ele me dava banho e de novo encostava o pênis dele na minha vagina. 

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Quando eu tinha mais ou menos uns 8 anos, ele convenceu minha mãe a vender a casa que nós tínhamos para comprar uma maior. Alguns anos depois, minha mãe descobriu que ele tinha engravidado minha irmã. Foi um baque. Ele já tinha vendido a casa que eles compraram juntos e comprado outra para morar com a minha irmã e o filho. Ele levou absolutamente tudo, lembro que não tínhamos nem um copo para tomar água. Foi uma fase muito difícil. 

Infelizmente o bebê da minha irmã nasceu prematuro e morreu. Minha irmã pediu perdão da minha mãe e ela a perdoou. Esse homem era muito mais velho do que a minha irmã e eles tiveram um filho atrás do outro. Minhã mãe, sem saber dos abusos, me pedia para ir à casa da minha irmã cuidar minhas sobrinhas.

Ele voltou a me assediar quando eu tinha 13 anos. Perguntou se eu ainda era virgem e se eu queria perder a virgindade com ele, pois, se quisesse, ele me pagaria. Ele e minha irmã ficaram juntos por 8 anos. 

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O tempo passou e ele adoeceu. Minha mãe cuidou dele durante a estadia no hospital e foi ela quem esteve com ele no leito de morte. Eu nunca contei nada pra minha mãe, porque tinha medo e vergonha.”

*Nome e idade fictícios.

Se você também quiser dividir o seu relato com outras leitoras, envie para redacaoclaudia@gmail.com. A sua identidade será preservada.

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