Símbolo feminista em braço de atriz iraniana vira polêmica no país
"Mantenham a calma e SIM eu sou feminista", respondeu Taraneh Alidoosti, considerada uma das maiores estrelas do Irã.
Não foi o fato do filme “The Salesman”, do diretor iraniano Asghar Farhadi, ter levado dois prêmios no Festival de Cannes que teve enorme repercursão em seu país de origem após o evento, mas sim uma suposta tatuagem da atriz que protagoniza o longa, Taraneh Alidoosti.
Durante uma coletiva de imprensa em celebração ao retorno do elenco a cidade de Tehran na segunda-feira (30), a artista, considerada uma das mais populares do Irã, se movimentou para pegar o microfone e acabou revelando em seu antebraço esquerdo a imagem de um símbolo feminista. O momento foi registrado em foto e acabou gerando a maior polêmica no país, relatou o New York Times.
Taraneh tem 32 anos, foi eleita “melhor atriz da década” por duas revistas nacionais especializadas em cinema e é conhecida como “a Natalie Portman do Irã”. Apesar de ser casada e ter uma filha, as principais criticas diziam que o símbolo feito em sua pele significa que ela odeia os homens, é contra a família e apoia o direito ao aborto.
Alguns admiradores da atriz chegaram a dizer que Taraneh provavelmente não conhecia o significado por trás daquele desenho. Outros questionaram se o simbolo estava realmente tatuado ou se teria sido desenhado com canetinha. A primeira resposta veio rápido. “Mantenham a calma e SIM eu sou feminista”, declarou a iraniana em inglês em sua conta no Twitter na terça-feira (31). Já em relação à tatuagem ser fixa, ela preferiu não comentar se era de verdade, alegando se tratar de um assunto pessoal.
Ela ainda anexou no tweet um post da sua conta no Instagram, feito em 25 de maio de 2015, em que aparece vestida de preto com a frase “Feminista: uma pessoa que acredita na igualdade social, política e econômica entre os sexos” escrita inglês sobre a foto. Na legenda, um texto escrito em persa explicava o significado de feminismo com a seguinte frase como introdução “Para opor-se à palavra feminismo, é importante saber o significado exato da mesma.” Ou seja, não foi a primeira vez em que Taraneh Alidoosti demonstrou apoio ao movimento.
Se o movimento feminista ainda é visto com maus olhos por algumas pessoas no Brasil, no Irã ele é praticamente inexistente. Como destaca o New York Times, o país tem diversas leis que tratam os gêneros de forma desigual. Apesar de algumas mulheres que vivem nas grandes cidades dizem apoiar a igualdade de direitos entre homens e mulheres, elas evitam o termo “feminismo” por ele ser considerado pejorativo.