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Sem querer, Trump uniu os EUA pela causa dos refugiados

Advogados em vigília nos aeroportos, corporações gigantes oferecendo empregos e abrigos: o país se junta contra a política de imigração do presidente eleito

Por Isabella Marinelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 jan 2017, 11h58 - Publicado em 30 jan 2017, 20h15
 (The New Yorker/Reprodução)
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No último dia 29, Donald Trump assinou um decreto presidencial que suspende por prazo indefinido a entrada de imigrantes de sete países com maioria muçulmana nos Estados Unidos. Além disso, impõe uma moratória de quatro meses à chegada de refugiados e viajantes. O objetivo, segundo ele, é proteger a nação de ataques terroristas.

A decisão gerou uma onda de protestos, especialmente pela causa dos que fogem das guerras. Com suas cidades mergulhadas em caos no Oriente Médio, eles viajam por dias à deriva até alcançarem um local seguro no continente europeu. Quando conseguem e recebem assistência, são encaminhados aos países capazes de abrigá-los.

Por enquanto, a suspensão das expulsões está mantida até 21 de fevereiro seguindo a ordem da juíza Ann Donnelly. O veredito aconteceu após a American Civil Liberties Union (ACLU), entidade de defesa dos direitos civis, apresentar uma denúncia em nome de Hamid Khalid Darwish e de Haider Samir, os dois iraquianos detidos no aeroporto JFK. Felizmente, como magistrada federal, sua decisão abraça o país inteiro.

Mas não é só ela quem está lutando pelo direito de ir e vir dos imigrantes. Dos gigantes de tecnologia aos civis, a união também se tornou marca do amargo início da Era Trump.

Grandes empresas apoiam imigrantes

Airbnb

O Airbnb, plataforma de aluguel de imovéis, atuante no mundo todo, também se pronunciou. Brian Chesky, cofundador e executivo-chefe, usou o twitter para afirmar sua posição: “Abrir as portas nos uniu a todos. Fechá-las divide os Estados Unidos. Vamos encontrar uma forma de nos conectar, não de nos separar”. Para comprovar sua fala, declarou que oferecerá alojamento aos residentes dos Estados Unidos que, depois de passar por seus países de origem, agora não podem fazer a viagem de volta. “Temos três milhões de casas à sua disposição. Alguma coisa poderemos fazer”, acrescentou, desta vez, via Facebook.

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Microsoft

Satya Nadella, imigrante indiano e um dos principais executivos da Microsoft, enviou um e-mail interno no qual se propõe a dar apoio legal, financeiro e moral a todos os funcionários da empresa que possam ser afetados pelas medidas de Trump. Estima-se que este número alcançará 76 pessoas.

Google

O indiano Sundar Pichai, executivo-chefe do Google, também mandou uma circular a seus trabalhadores. Na carta, pedia que quem pertencesse a um dos países afetados pela medida do presidente e estivesse no interior, que voltasse imediatamente aos Estados Unidos. “É doloroso para nós o dano pessoal que esta ordem causa aos nossos colegas. Sempre expressamos nossa visão da imigração e vamos continuar com ela, em Washington e em todo o mundo”, disse. Calcula-se que os prejudicados possam chegar a 200.

Protestos em massa nos EUA

Desde a decisão do presidente eleito e das primeiras notícias de pessoas barradas ao chegar no país, os protestos começaram em aeroportos e se estenderam ao centro de várias cidades, entre elas Washington, Boston e Nova York.

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Vigília nos aeroportos

Também nos aeroportos, começaram a se formar grupos de advogados que, ao ouvirem sobre os casos, correram para oferecer suporte gratuito aos imigrantes e refugiados. Os primeiros também eram da American Civil Liberties Union, mas, felizmente, profissionais autônomos e de outras instituições uniram-se a eles em uma corrente de solidariedade.

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