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Quais são as situações que aproximam ou afastam as pessoas?

Nossa colunista reflete, em mais uma de suas crônicas, sobre os acontecimentos da vida que unem as pessoas, como o Reveillón.

Por Danuza Leão (colunista)
Atualizado em 10 dez 2020, 11h31 - Publicado em 5 nov 2014, 22h00

Existem situações e fatos que aproximam ou afastam as pessoas. Das que afastam, uma das mais clássicas é a morte de um ente querido – ou não – quando há uma herança a ser dividida. Supondo que sejam três herdeiros e que os bens sejam difíceis de dividir. Tipo: um terreno em Cabo Frio, um apartamento valendo uns 300 mil reais, outro em torno de 55 mil – isso se achar comprador – mais um sítio avaliado entre 60 mil e 180 mil reais (com propriedades rurais, nunca se sabe). O normal é que tudo seja vendido e o que for apurado dividido por três – e é aí que começa a briga.

Se um dos herdeiros estiver precisando muito de dinheiro, vai querer que o patrimônio seja vendido por qualquer preço para botar logo a mão no que é dele, e rapidinho. Mas o outro, que está bem de vida, não tem pressa e, se faz o estilo homem de negócios, vai preferir que a situação no país se normalize para que os imóveis valorizem. Aí, já viu.

Outro fato que faz com que duas amigas que se adoravam antes se afastem é quando uma delas arranja um namorado. Ficar sozinha e enfrentar o fim de semana sem nada para fazer, enquanto a outra está passando o dela em muito boa companhia, debaixo de um edredom, é algo impossível de suportar. Era tão perfeito quando as duas passavam as noites de sexta-feira tomando um vinhozinho e desfilando teorias do tipo “depois dos 40, a gente fica mais seletiva; por isso é que não se encontra ninguém”, e por aí vai.

Em compensação, existem as circunstâncias que aproximam as pessoas. A luta política, por exemplo. Ou melhor ainda: uma revolução. Nessa hora, as almas ficam mais solidárias, mais generosas – os corpos também – e se encontram com maior facilidade. É uma facilidade bem maior, aliás, do que em um barco, fazendo um cruzeiro pela Grécia. Mas é bom deixar claro: isso só enquanto as pessoas estiverem do lado que está perdendo a guerra. Se a situação virar e o grupo político que estava pronto para matar ou morrer pela justiça social sair vitorioso, começam imediatamente os problemas.

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Uma situação que também faz com que as pessoas confraternizem calorosamente é a noite do Réveillon. Às 11h30, os corações começam a se aquecer, e à meia-noite você pode estar dando um beijo no dono da barraquinha de coco e desejando a ele e a todos um feliz ano novo com a maior sinceridade do mundo.

São bons momentos esses, mas que só acontecem uma vez por ano, sempre com data e hora marcadas. Certa vez, eu presenciei um instante mágico totalmente inesperado. Eram 5h30 da tarde e, de repente, surgiu no céu um arco-íris perfeito, completo, lindo. Um arco-íris como nunca ninguém viu na vida de tão bonito. E, nas ruas, as pessoas mais humildes se dirigiram às mulheres mais maravilhosas, as mulheres mais maravilhosas se dirigiram aos camelôs, os camelôs se dirigiram aos corretores da bolsa e os corretores da bolsa se dirigiram aos contínuos.

Todos estavam felizes e sorriam apontando: “Você viu o arco-íris?”. Foi um daqueles momentos raros em que todos os homens foram ricos, porque o arco-íris não era de ninguém, mas de todo mundo. Assim, por alguns minutos, se compreendeu e se sentiu o que é a verdadeira igualdade e fraternidade entre os homens.

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