Projeto cria banco de currículos para moradores de rua
Uma nova oportunidade para quem passa despercebido
Todos os dias, milhares de moradores de rua sofrem preconceitos e são ignorados. Mas muitos deles têm capacidades e talentos diversos e precisam apenas de uma oportunidade para mostrar o seu potencial. Com o objetivo de reverter essa situação, o Coletivo Criativo F5 criou o Projeto Olhe, que busca criar o primeiro banco de currículos de pessoas em situação de rua e conectá-las a possíveis empregadores.
Tudo começou com uma conversa sobre a situação vulnerável dos moradores de rua na agência em que 5, dos 7 participantes do coletivo trabalham. “Eu já fazia um trabalho social com música e jiu jitsu e tinha vontade de continuar desenvolvendo esse lado social”, conta Lucas Cordeiro, um dos fundadores do projeto. “No começo, a ideia era mais crua. A gente pensava em divulgar a condição dos moradores de rua, mas o contato com ONGs, albergues e psicólogos ampliou esse ponto de vista e fomos além. Hoje nós focamos em uma condição de empoderamento e não em uma visão deles como pobres coitados”, completa Edgard Vidal, também fundador do Olhe.
Lucas nos explica que com a ajuda de amigos, parceiros e uma produtora eles oferecem a plataforma e fazem a ponte de contato entre empregador e candidato, desde agosto deste ano. “Esta é a primeira fase do projeto. A segunda promete muito mais currículos e oportunidades!”, completa.
Segundo dados do IBGE, existem cerca de 1,8 milhão de moradores de rua no Brasil, sendo 15 mil apenas em São Paulo. Além de enfrentar dificuldades diárias, eles ainda sofrem com o preconceito, já que são constantemente taxados de marginais.
O projeto, que ainda está em fase inicial, conta com quatro histórias que pedem por oportunidades. Entre eles estão Eduardo Souza da Silva, graduado em enfermagem, e Marcelo Cavalcante, que já cozinhou para pousadas e restaurantes e também já foi responsável por cozinhar para a equipe do Programa Caldeirão do Huck. Vale apena ajudar a empregar, canditar e divulgar!