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Poeta Ferreira Gullar morre aos 86 anos

Considerado um dos maiores autores da história brasileira, Gullar faleceu de pneumonia, em hospital, no Rio

Por Beatriz Koch Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 dez 2016, 14h09 - Publicado em 4 dez 2016, 14h08

Ferreira Gullar, poeta, ensaísta, crítico de arte, dramaturgo e tradutor, morreu neste domingo (4), aos 86 anos, no Hospital Copa D’Or, na zona sul do Rio. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, ele estava internado há cerca de 20 dias devido a complicações pulmonares e insuficiência respiratória. O velório será ainda hoje, a partir das 17h, na Biblioteca Nacional, e continuará na segunda-feira, quando o corpo será levado para a sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual Gullar era membro desde 2014.

Nascido no Maranhão em 10 de setembro de 1930, José Ribamar Ferreira mudou-se, em 1956, para o Rio, onde realizou feitos que o consagraram na literatura brasileira. Foi ele, por exemplo, quem escreveu o manifesto que marcou o neoconcretismo – estilo que valoriza a expressão e a subjetividade em oposição ao concretismo ortodoxo -, do qual os colegas Lígia Clark e Hélio Oiticica também fizeram parte. Ao longo da vida, explorou uma extensa lista de áreas e assuntos: da poesia de vanguarda à canção popular, do jornalismo à ilustração de livros infantis e até a teledramaturgia. Suas obras tinham, quase sempre, uma ênfase política.

Militante comunista, exilou-se, nos anos 70, época da ditadura militar, na União Soviética, na Argentina e no Chile. Durante este período, em 1976, lançou um de seus trabalhos mais célebres, o “Poema sujo” – cem páginas de poesia na sua mais alta expressividade política. Símbolo de resistência à ditadura, o texto chegou aos brasileiros por uma fita que pertencia a Vinicius de Moraes, trazida de Buenos Aires, onde Gullar estava vivendo. Em 1977, de volta ao país, foi preso, no Rio. Libertado depois de 72 horas graças a intervenção de amigos com as autoridades do regime, retomou prontamente as atividades de critico, escritor e jornalista.

Não faltam títulos para Gullar, considerado um dos maiores autores da história brasileira. Em 2002, foi indicado por nove professores dos Estados Unidos, do Brasil e de Portugal para o Prêmio Nobel de Literatura, mas não obteve sucesso. Saiu vitorioso em 2007, no Prêmio Jabuti, com seu “Resmungos”, na categoria de melhor livro de ficção do ano. A obra reúne crônicas de Gullar publicadas no jornal Folha de S. Paulo ao longo de 2005. Faturou mais um Jabuti em 2011 por sua poesia “Em alguma parte alguma”. Três anos depois, levou o Prêmio Camões, o mais importante de língua portuguesa. Gullar deixa a esposa, dois filhos e oito netos.

 

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