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Uma em cada quatro mulheres sofreu violência na pandemia

Segundo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 73,5% dos entrevistados acreditam que a violência contra as mulheres aumentou

Por Da Redação
Atualizado em 22 abr 2024, 15h32 - Publicado em 7 jun 2021, 19h02

A pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil, realizada pelo Datafolha e encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou que uma em cada quatro mulheres, no país, foi vítima de algum tipo de violência no último ano, durante a pandemia.

O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (07), entrevistou 2.079 pessoas acima de 16 anos em maio deste ano, em 130 municípios do país, de 10 a 14 de maio deste ano.

Dentre as violências registradas, 18,6% era verbal; 6,3% envolvia tapas, chutes ou empurrões; 5,4% tinha violência sexual; 3,1% teve ameaças com faca ou arma de fogo e 2,4% houve espancamento.

A crueldade do cenário é reconhecida pelos brasileiros, segundo a pesquisa. 73,5% dos entrevistados acreditam que a violência contra as mulheres aumentou e 51,5% da população relatou ter presenciado alguma situação de agressão no último ano.

Cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual nesse período. Os números se mantiveram estáveis em comparação com a última pesquisa, realizada em 2019, na qual 27,4% das entrevistadas afirmaram ter sofrido algum tipo de agressão.

Houve um aumento do número de agressões que aconteceram dentro de casa, já que os dados passaram de 42% para 48,8%. Em contrapartida, as violências relatadas na rua diminuíram 10%. Além disso, companheiros, namorados e ex-parceiros foram os mais citados como agressores.

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Os registros de lesão corporal dolosa resultante de violência doméstica – ou seja, quando há intenção – diminuíram. Especialistas afirmam que a queda se deu pela dificuldade de denunciar as agressões, uma vez que, em muitos casos, o agressor reside no mesmo lugar que a vítima.

Para ao G1, Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirmou que o pequeno recuo nos dados precisa ser analisado tendo como perspectiva os indicadores da pesquisa, como o local em que a violência ocorreu e quem foi o autor.

“A gente está falando de pessoas da família, que caracterizam esse fenômeno que não é uma violência doméstica como a gente tende a pensar no sentido de ser uma violência só do companheiro. Mas é uma violência intrafamiliar, que está acontecendo ali no seio da família”, disse Samira.

Violência doméstica
(jacoblund/Getty Images)

Recortes da violência

Quando os dados são analisados a partir da violência sofrida por mulheres acima de 50 anos, a participação de filhos e enteados nas agressões é maior.

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Além disso, a maioria das vítimas de violência é jovem, negra e separada. A pesquisa aponta que a porcentagem entre 16 e 24 anos é a mais alta. Já as mulheres pretas lideram a pesquisa, assim como aquelas que são separadas ou divorciadas.

Regina Célia Barbosa, vice-presidente do Instituto Maria da Penha, aponta que também há uma subnotificação dos casos de violência contra a mulher, o que prejudica o trabalho para reduzir as agressões. Segundo ela, as regiões Norte e Centro-Oeste tiveram o maior crescimento desse tipo de crime.

Além disso, Regina alerta para a destruição em todo núcleo familiar. “Nós tivemos, por exemplo, um caso aqui em Recife, Pernambuco, de uma mulher que foi assassinada, enquanto estava grávida de sete meses. Ela deixou seis crianças órfãs”, conta.

As vítimas de violência doméstica também são as que mais perderam renda e emprego na pandemia, segundo a pesquisa. “A gente percebe que a falta de rigor na política pública de segurança e a falta do retorno sobre o que se fazer com o agressor são deficientes”, afirma.

Ela reforça ainda a importância da Lei Maria da Penha, que completa 15 anos de existência em 2021. “É uma lei de direitos humanos e que traz a punição tendo cuidado pedagógico de reeducar esse agressor”, conclui.

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Canais de denúncia oferecidos pelo Governo Federal:

  • Disque 100
  • Ligue 180
  • Mensagens no WhatsApp – (61) 99656-5008
  • Canal Direitoshumanosbrasilbot” no Telegram
  • Site da Ouvidoria do Ministério
  • Aplicativo “Direitos Humanos Brasil”, disponível na loja de aplicativo do seu celular
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