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No Estamos Todas: mexicanas relembram casos de feminicídio

CLAUDIA conversou com as fundadoras do movimento, que hoje inspira a nossa ação no Instagram pelo Dia Internacional da Mulher

Por Isabella Marinelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 mar 2018, 13h46
No Estamos Todas
 (No Estamos Todas/Instagram)
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Enquanto uma mulher não estiver segura, nenhuma estará. E é por nos querer vivas, nos apropriando de todos os nossos direitos e felizes, que um grupo de mexicanas criou a ação No Estamos Todas. Via Instagram, compartilham imagens em uma galeria colaborativa para homenagear a memória daquelas que perdemos para o machismo.

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No estamos todas, nos falta Yuritxi 13/03/17 – Estado de México – Tenía 24 años Ilustración por: Caro Plii IG: @hola.plii

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No México, a situação não é diferente da que vemos por aqui. “A ONU estimou que 7,5 mulheres foram assassinadas por dia em 2016. Ativistas também informaram que no mesmo ano, somos a segunda mais transfeminicida do mundo, logo abaixo do Brasil”, explicam as fundadoras, que mantêm o anonimato para dar atenção somente à causa.

Enfrentamos uma sociedade que considera as mulheres como merecedoras da violência que recebem e um estado que, em vez de nos proteger, está preocupado em minimizar os números e dizer que ‘não é para tanto’

No Estamos Todas

Da sensação de inconformismo, nasceu uma ideia. “Recebemos uma lista do perfil Frida Guerrera, que dá visibilidade aos casos de assassinatos de mulheres no país, e o número era alto demais. Interminável. Começamos a ler as histórias, uma por uma, e elas nos impactaram. Depois, conversando com outras pessoas, nós demos conta de que não é um tema distante de nós, no entanto, não falávamos sobre”, contam. “Então, criamos o @noestamostodas, e seguimos pelos dados do Mapa de Feminicidios MX e a base de dados do Yucatán Feminicida, mas também recebemos pedidos de amigas e familiares”.

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No estamos todas, nos falta Apolonia 21/07/17 – Puebla – Tenía 70 años Ilustración por: Raquel Thomé IG: @raquelthome www.raquelthome.com

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O compartilhamento de gravuras foi o modo que elas, ilustradoras, encontraram de retratar as vítimas. Enquanto conversávamos sobre a possibilidade de estender o projeto ao Brasil, nos explicaram que as representações não são tristes, pois buscam homenagear os momentos mais felizes das vidas dessas garotas. “Queremos que elas sejam lembradas longe da escuridão e da violência, por isso estão vivas e cheias de cor”.

O projeto repercutiu. “Conforme postamos, começamos a receber mensagens de pessoas pedindo que ilustrássemos suas filhas, irmãs. E que não as esquecêssemos. Esses recados nos recordam dos motivos de estarmos fazendo o que estamos”, comentam.

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O voz das irmãs mexicanas ecoaram e descobrimos a iniciativa. Emocionadas, pedimos que elas cedessem a ideia para replicarmos no Brasil durante o Dia Internacional da Mulher. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública relativo a 2016, 12 mulheres são assassinadas todos os dias por aqui. O resultado está no Instagram de CLAUDIA, com a colaboração de artistas e crimes nacionais. Todas elas têm nome, idade e casa; não só estatísticas.

Não estamos todas e não estamos satisfeitas, se algumas nos são tiradas pela violência de gênero.

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