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Morre estilista brasileiro Ocimar Versolato

Polêmico, o paulista vestiu famosas e foi ícone da moda nos anos 90. Ele sofreu um AVC no início da semana e morreu nesta sexta-feira, 8, aos 56 anos

Por Beatriz Koch Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 dez 2017, 14h19 - Publicado em 9 dez 2017, 14h15

O estilista paulista Ocimar Versolato morreu na tarde dessa sexta-feira, 8, em São Paulo, aos 56 anos, vítima de um aneurisma, no Hospital Sâo Paulo. A informação foi confirmada pela sobrinha dele Yasmine Versolato, no Facebook. Ele teria sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no início da semana e seguia internado desde então. O corpo está sendo velado hoje, sábado, na Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, terra-natal do estilista.

Ele despontou na indústria da moda nos anos 90. Foi o primeiro brasileiro a assumir a direção criativa de uma maison internacional, a Lanvin, em Paris. Assinou figurinos para espetáculos de Ney Matogrosso e vestiu famosas como Luiza Brunet, Sonia Braga e Vera Fischer – além de nomes internacionais, como Naomi Campbell.

Versolato posa ao lado da atriz Vera Fischer antes do desfile beneficente na estação Júlio Prestes, em São Paulo (SP) (Janete Longo/Reprodução)

O GENIOSO VERSOLATO

“A moda perde um grande e polêmico talento”, disse à Veja a editora de moda e apresentadora do GNT Fashion Lilian Pacce. “Ocimar tinha a língua tão afiada quanto sua tesoura e seus alfinetes, que criaram peças lindas especialmente no início de sua marca em Paris”, acrescentou ela. A polêmica, aliás, rondava a vida do estilista. Tanto é que em “Vestido em Chamas”, livro que publicou em 2005, revelou bastidores do mundo fashion, incluindo situações embaraçosas vividas por modelos, e comentou sobre seu retorno ao Brasil, depois da vivência em Paris. “Ao pisar novamente aqui, encontrei esboços de um provincianismo exagerado”, escreveu Versolato.

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Ocimar Versolato para a Lanvin, inverno 1997/1998 (Divulgação/Reprodução)

Nascido em 1961, ele desembarcou na capital francesa em 1987 para estudar moda no Studio Berçot. Passou um período trabalhando no ateliê do estilista francês Hervé Léger e inaugurou o seu próprio espaço, em 1994.Fez fama com vestidos criados na moulage, na qual a roupa é construída direto no manequim. No fim da década de 1990, com a ajuda do grupo Pessoa de Queiroz, abriu um ateliê na Place Vendôme. A sociedade acabou não dando certo e Ocimar retornou ao Brasil e começou uma expansão, no anos 2000, com novos sócios. Abriu lojas em São Paulo e no Rio, que fecharam as portas em 2005, quando lançou seu livro.

O estilista costumava dizer que o luxo estava nos detalhes e que um bom profissional tinha que saber vestir qualquer mulher, independentemente do número de seu manequim. “Já vesti cantora de ópera de 140 quilos, uma diva egípcia que ia se apresentar no Théâtre de la Ville. Ela gostou tanto do vestido que depois mandou cortar a cauda e fez cortinas para o apartamento dela em Paris”, disse Ocimar em entrevista à Sonia Braga, publicada pelo O GLOBO, em outubro de 2004. Sonia foi uma das maiores entusiastas do designer. Os dois se conhecerem quando o paulista criou o figurino de “Tieta”, filme de Cacá Diegues baseado no romance homônimo de Jorge Amado.

Entre os colegas de profissão, Ocimar era tido como genial e difícil.  “Ele foi um grande criador, mas foi também um grande criador de confusão, né? Se tivesse tido um outro temperamento, poderia ter ido ainda mais longe, porque era extremamente genial. Quando nos conhecemos, ele não foi muito delicado comigo, mas são águas passadas, perdoei. Sempre vou o considerar um dos estilistas mais bacanas que já tivemos no Brasil”, observou a ex-modelo e empresária Luiza Brunet, em entrevista para O GLOBO.

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