Após polêmica no caso Ágata, Lacombe se justifica nas redes
O jornalista chegou a se desentender no ar com a colega Silvia Popovic
O jornalista Luís Ernesto Lacombe, apresentador do programa Aqui na Band, ao lado de Silvia Poppovic, escolheu o Instagram para explicar sua posição quanto ao caso da menina Ágatha, morta com dois tiros, na última sexta-feira (20), em uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro no Complexo do Alemão.
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Na segunda-feira (23), ele e Poppovic falavam do caso quando o apresentador interrompeu a colega que criticava a política de segurança pública carioca. “Terrível essa história, terrível essa política de segurança que não pensa em resguardar a vida da população e sai atirando assim. É isso que acontece. É triste mesmo, é lamentável”, dizia Silvia quando Lacombe afirmou: “Eu acho ainda um pouco precipitado dizer o que aconteceu. Ainda será feito uma perícia. Eu vejo as pessoas se voltando contra o trabalho da polícia. Eu lembro que, nos anos 80, Leonel Brizola, então governador do Rio, proibiu a polícia de subir nas comunidades. A polícia tem que tomar todo o cuidado para atuar na vida de inocentes, mas a polícia não pode deixar de atuar nessas áreas. Os traficantes estão nessas comunidades exatamente porque ali eles estão protegidos por pessoas inocentes. Então é muito complicado acusar sempre a polícia”, disse ele enquanto Poppovic insistia em sua argumentação.
O clima de desentendimento entre os dois já está se tornando lugar-comum. Mesmo quando tentam alinhar o discurso, os dois frequentemente vão para lados opostos. Dessa vez, porém, a repercussão levou ao jornalista a fazer uma nota, postada hoje (25) no Instagram, se justificando quanto às declarações feitas no programa. Em um vídeo curto, ele explica que o volume de mensagens foi tanto que se tornou impossível de responder individualmente e que espera que a nota possa “manter a discussão de ideias em nível razoável”.
Confira abaixo a nota na íntegra:
“Jamais defendi e jamais defenderei uma polícia que atira a esmo, uma polícia que coloca em risco a vida de inocentes. Quem me conhece sabe o que trago no coração, sabe o que sinto, e a morte de inocentes é sempre muito doída, mais ainda a morte de uma criança de oito anos. Se for comprovada a culpa de policiais na tragédia com a menina Ágatha, eles têm que responder por isso. Os maus policiais, os policiais corruptos, esses não merecem perdão, mas as forças de segurança têm que seguir no combate ao crime, e isso deve incluir a atuação dentro das comunidades. Não podemos negar que os traficantes se utilizam da estrutura de labirinto das favelas para se esconder, esconder suas armas, suas drogas… E que eles usam, sim, a população de bem, grande maioria nas comunidades mais pobres, como escudo, como proteção. Não dá para eximir de culpa os traficantes e usuários de drogas nas mortes de inocentes. Não dá para esquecer as crianças, os adolescentes e jovens aliciados pelo tráfico. Que a polícia possa melhorar a cada dia, com mais treinamento, mais equipamento, mais inteligência… A missão de proteger os cidadãos é duríssima, o perigo é grande e constante, e ninguém está acima da lei, nem a própria polícia. O combate à violência deve ser sempre amplo, envolver muitas frentes, e não dá para esmorecer em nenhuma delas, não dá para perder a esperança”.
Ainda nesta semana, Lacombe voltou às manchetes quando criticou o discurso da sueca Greta Thunberg sobre as mudanças climáticas, na ONU. “Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias, mas eu sou uma sortuda. Pessoas estão sofrendo, pessoas estão morrendo, ecossistemas inteiros estão entrando em colapso”, disse ela, acusando os líderes mundiais de traidores por não terem agido contra o aquecimento global. Lacombe interrompeu a reporter Marina Machado, que elogiava o discurso. “Não compro essa menina, acho que essa menina tem um discurso alarmista com frases de efeito”, disse o jornalista.
Ao postar a nota sobre Ághata hoje, Lacombe prometeu fazer o mesmo amanhã sobre sua opinião sobre a ativista sueca.