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Já foi ver a animação brasileira indicada ao Oscar?

Leve os pequenos (e os grandes) para ver O Menino e o Mundo, animação brasileira que concorre ao Oscar

Por Luara Calvi Anic
Atualizado em 28 out 2016, 07h16 - Publicado em 28 jan 2016, 23h22
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O Menino e o Mundo, animação brasileira que concorre ao Oscar 2016, é para ser visto por meninos, meninas e adultos. O longa do diretor paulistano Alê Abreu acompanha um garoto que sofre com a partida do pai e vai até a cidade grande procurá-lo. A chegada nesse novo mundo faz com que ele pareça ainda menor. Vindo de um universo rural, o menino se depara com uma civilização repleta de máquinas e adultos com a feição cansada. 

Alê, que perdeu a mãe aos 5 anos, consegue mostrar a dor da saudade, e também a alegria da descoberta em uma criança. Engana-se quem pensa que um desenho animado não dói no estômago. A explosão de imagens coloridas, e a trilha sonora que tem o percussionista Naná Vasconcellos, resultam em um filme poético e emocionante.

Defensor do traço feito a mão, o cineasta usou lápis de cor, giz de cera, canetinha e colagens. É surpreendente imaginar o trabalhão que deu desenhar todo o filme. Ainda assim, O Menino e o Mundo é o concorrente mais barato de todos da categoria. A produção brasileira custou 2 milhões de reais. Enquanto Divertida Mente, sucesso da Disney e principal candidato a levar a estatueta, foi orçado em 175 milhões de dólares.

Vencedor de 44 prêmios, o filme de Alê coloca os profissionais brasileiros em outro patamar. E lembra a indústria cinematográfica de que, para ser boa, uma obra de arte não precisa eliminar técnicas antigas – elas podem coexistir com as atuais. Em uma publicação no Facebook, o cineasta sintetizou a produção como “um grito contra o sufoco que a grande indústria cria aos potenciais artísticos, poéticos, e de linguagem de animacão”. O Menino e o Mundo voltou aos cinemas nessa temporada pré-Oscar (a premiação acontece em 28/2). Leve os pequenos (e os grandes) para assistir na tela grande. 

Luara Calvi Anic é editora de CLAUDIA e dá dicas de cultura semanalmente. Para falar com ela, clique aqui.

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