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Graças às mulheres, cidade de um dos estados mais violentos do México foi pacificada

Após trabalho com liderança feminina, há 5 anos, a cidade de Cherán é sinônimo de tranquilidade para seus 20 mil habitantes

Por Redação CLAUDIA
14 out 2016, 13h26
Reprodução/BBC.com
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Michoacán é um dos estados mais violentos do México. Só em julho, mais de 180 homicídios foram registrados, a maior taxa em uma década. Mas em uma de suas pequenas cidades a realidade é outra. Há 5 anos, a cidade de Cherán é sinônimo de tranquilidade para seus 20 mil habitantes. “Em Cherán eu me sinto segura porque posso andar nas ruas à noite e não tenho medo de que algo vá acontecer comigo”, disse a estudante Melissa Fabian, de 18 anos, à BBC News. E Melissa ainda se lembra do dia em que tudo mudou. Em 15 de abril de 2011, as mulheres foram as responsáveis por comandar o “levante de Cherán”, quando a população local se colocou contra a presença de madeireiros e também de policiais e políticos. “Todos corriam pelas ruas com suas facas nas mãos”, conta a jovem. “As mulheres estavam correndo para cima e para baixo com o rosto coberto”. 

Cercada pela floresta, Cherán tem na indústria madeireira a base de sua economia. Interessados pela atividade lucrativa, os cartéis mexicanos entraram no ramo e passaram a causar mais problemas na cidade: roubo de madeira, extorsão de comerciantes, sequestros, assassinatos, entre outros crimes. Margarita Elvira Romero, uma das líderes do levante, conta que a situação chegou ao limite quando os madeireiros se aproximaram da nascente de água da cidade. “Se você corta as árvores, há menos água. Nossos maridos têm gado, onde eles beberiam água sem a nascente?”

O grupo de mulheres foi à floresta tentar dialogar com os homens armados, mas não foram bem recebidas. Decidiram então interromper a passagem dos caminhões de madeira, o que causou confusão entre os grupos. Mas a população apareceu para ajudá-las. A polícia municipal chegou ao local acompanhada pelo prefeito e por homens armadospara libertar os madeireiros reféns. “Lembrar daquele dia me dá vontade de chorar”, diz Margarita. “Foi como um filme de terror, mas foi a melhor coisa que poderíamos ter feito”.

Reprodução/BBC.com
Reprodução/BBC.com ()

Desconfiando da participação da polícia e dos políticos locais, a população os expulsou da cidade. Os partidos políticos foram banidos e cada um dos quatro bairros de Cherán elegeram representantes para compor um comitê municipal. Os pontos de patrulha ainda existem e são defendidos por membros da Ronda Comunitária, composta por homens e mulheres de Cherán. Mulheres unidas podem mesmo transformar muitas coisas! 

*Com informções da BBC. 

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