#EuEmpregadaDoméstica denuncia humilhações sofridas por funcionárias do lar
"Você não pode usar os mesmos talheres que a gente" e outros absurdos como estes ainda são ditos às trabalhadoras
Estamos em 2016, mas os depoimentos que você lerá a seguir remontam os séculos passados. Criada pela professora de história Joyce Fernandes, a campanha #EuEmpregadaDoméstica, que deu nome à página, reúne relatos de episódios de abusos, humilhações e de racismo enfrentados por funcionárias do lar.
O que se lê por lá diz muito sobre o modo como nos relacionamos com essa profissão. Herança da escravatura, historicamente, as domésticas no Brasil foram e são tratadas como profissionais inferiores, que devem servir em silêncio e que não precisam de boas condições de trabalho. A maior prova disso é, talvez, o indiscutível atraso para a criação de uma legislação apropriada para a ocupação – regulamentação que irritou patrões dos quatro cantos do país.
A reflexão proposta por Joyce é muito direta: reveja os seus privilégios e reveja a desigualdade que existe em nosso país, especialmente, se permite que os preconceitos e o apartheid social comecem dentro de sua casa. A Lei Áurea já foi assinada.