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Esta estudante desafiou as pessoas a repensarem suas opiniões sobre a comunidade muçulmana

Dalia Mogahed tem se dedicado à lutar para mudar o cenário nebuloso de desinformação que encobre e abre brechas para atitudes intolerantes contra a população islamita

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 27 out 2016, 19h21 - Publicado em 25 fev 2016, 14h27
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A TED é uma organização sem fins lucrativos que se dedica às “ideias que merecem ser compartilhadas”. Essas vivências são divididas em conferências que reúnem pessoas notáveis de três principais áreas – Tecnologia, Entretenimento e Design. As convenções são realizadas em diversos países da Ásia, América e Europa pela fundação norte-americana Sapling. 

Em uma dessas conferências, ocorridas no começo de fevereiro, Dalia Mogahed, uma estudante muçulmana e co-autora do livro “Quem Fala Pelo Islã? O que Um Bilhão de Pessoas Pensa” começou sua fala com a seguinte pergunta: “O que você vê quando olha para mim?”  isso levou os presentes a repensarem seus preconceitos sobre o povo muçulmano que neste período de pré-eleições presidenciais, tem sentido cada vez mais na pele este sentimento anti-islã. 

Mogahed, diretora do departamento de pesquisas do Institute for Social Policy and Understanding, em Washington; tem se dedicado à lutar para mudar o cenário nebuloso de desinformação que encobre e abre brechas para atitudes intolerantes contra a população islamita; fatores que também influenciam fortemente na maneira como são retratados pela imprensa americana e mundial. 

“Eu sou mãe, gosto muito de café — prefiro expresso duplo com creme — sou introvertida, amante de fitness e devota do islã.” disse Dalia à plateia. Ela explicou que muitos americanos nem sequer conhecem ou já conversaram com um muçulmano, então, suas visões sobre essa religião partem, muitas vezes, do que viram na TV; que em geral é extremamente negativa. 

Além de bater na tecla dos preconceitos sofridos pela sua comunidade, Mogahed também explicou sobre o horror que ela sentiu quando descobriu o que foram os ataques terroristas de 11 de setembro. “As ações de outras pessoas fizeram com que eu passasse de uma simples cidadã a uma suspeita.” Ela, ainda, explicou angustiada que depois dos ataques sentiu muito medo de que descobrissem sua religião, tanto é que a sua família se mudou de cidade. 

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“Essas pessoas que atacaram nosso país, atacaram o nosso país.” Enfatizou Dalia, que usou sua vivência para ressaltar a necessidade da união dos cidadãos norte-americanos, o que inclui também a união e o respeito pela comunidade americana muçulmana, que teve seus membros denunciados como possíveis culpados do ocorrido. “Essas pessoas têm muita raiva dos terroristas. E quer saber? Eu também tenho.”

Na conferência também foram discutidos temas como o fim do do Estado Islâmico. Dalia afirmou que  caso fosse possível desvincular de alguma forma o Estado Islâmico da religião em si, os americanos não seriam tão preconceituosos com a comunidade muçulmana, pois não cairiam na conversa de que a instituição representa de alguma forma a religião.

“O Estado Islâmico está para o islã assim como a Ku Klux Klan está para o Cristianismo”, completou ela com um exemplo quase palpável: “Ambos os grupos afirmam ter as bases de suas ideologias fundadas em seus livros sagrados, mas quando você os vê de perto, você percebe que eles não são motivados pelo que as escrituras dizem, mas pela releitura brutal destas.”

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Aqui você pode encontrar o vídeo em inglês de seu discurso completo. 

 

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