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“É na dificuldade que encontramos soluções”, diz Zica Assis

Abaixo, você confere o nosso bate-papo com a Zica Assis, cofundadora do Beleza Natural

Por Clara Novais
Atualizado em 8 Maio 2017, 18h35 - Publicado em 31 Maio 2016, 14h39
Daryan Dornelles
Daryan Dornelles (/)
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Aos 33 anos, Zica Assis trabalhava como empregada doméstica e criava os três filhos quando surgiu a ideia do Beleza Natural. “Nunca achava produtos para cuidar do meu cabelo. Aí fui descobrir que aproximadamente 70% da população brasileira tem cabelo crespo e ninguém enxergava isso”, lembra a empresária cofundadora e embaixadora da marca, de 55 anos. Ela colocou todo o dinheiro que havia juntado na ideia inovadora e, quando lançou o primeiro produto, um creme relaxante, viu que a demanda era grande. “Nenhum banco queria nos dar crédito, então o lucro virava nosso investimento”, conta. Para ela, o sucesso da empresa tem a ver, desde o início, com o serviço diferenciado. Hoje, Zica e os três sócios empregam mais de 4 mil pessoas, sendo que 95% delas são mulheres. “Temos funcionários bacanas porque mostramos respeito a eles”, afirma. “Damos oportunidade do primeiro emprego, incentivamos o estudo através de parcerias com universidades e oferecemos aconselhamento”, acrescenta.

Qual o perfil das funcionárias do Beleza Natural?

Algumas são clientes que chegam aqui e se encantam com o tratamento que recebem, então querem se juntar à equipe. Quando contratamos as meninas, elas chegam sem saber nada. Muitas não são nem formadas na escola. Queremos ajudar. E vemos a mudança, elas se tornam profissionais. Elas colocam os filhos no colégio, buscam ter uma casa, um carro. No começo, brigamos com o sindicato para ter todos os funcionários com carteira assinada, o que é incomum em salões de beleza. Aqui, pagamos almoço, plano de saúde e dentário.

Por que você acha que a maioria dos funcionários é mulher?

Elas nos procuram mais porque se identificam com o que fazemos. E, pelo número grande de mulheres, acabamos com uma infraestrutura melhor para elas, como um vestiário maior. Elas olham pra mim, que consegui sair do barraco e virar empresaria, e se inspiram. Tendo a oportunidade, elas se empenham para chegar lá. Começam como auxiliar de cabeleireiro e chegam a gerente. No caminho, estudam, levam o trabalho a sério.

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Como é sua atuação na empresa hoje?

Estou lá praticamente todos os dias. Toda semana eu e meus sócios nos sentamos para conversar sobre o negócio. Mas a empresa vive da equipe. Tem que ouvir o funcionário e tem que ter debate. Se a equipe não estiver de acordo, unida, não tem sonho que vá pra frente. E também faço questão de dar várias palestras de graça. Quero estimular outras pessoas a seguirem seus sonhos, mostrar pra mulher que ela pode empreender.

Que conselho daria para outras mulheres?

Eu acredito muito no potencial do nosso país e queria dizer às mulheres: não desanimem. É na dificuldade que encontramos soluções e isso vira negócio. E converse com as pessoas, fale do seu sonho pra todo mundo. Quem sabe alguém não está disposto a investir na sua ideia.

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