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Diretor de “O Segredo de Seus Olhos” entre cinema, TV e teatro

Atualmente Juan José Campanella trabalha no desenvolvimento de um novo filme, além de produzir Mini Beat Power Rockers

Por Camila Bahia Braga Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 ago 2017, 17h58 - Publicado em 30 ago 2017, 16h13

Juan José Campanella é diretor de O Segredo de Seus Olhos, vencedor como Melhor Filme Estrangeiro no Oscar de 2010. Em 2013, ele estreou como diretor de teatro com a peça Parque Lezama, em Buenos Aires. O argentino está agora escrevendo um novo longa-metragem, cuja história deverá estar terminada até o fim do ano.

Dentre outros projetos, ele assina também a produção executiva da série de animação Mini Beats Power Rockers, que estreou na última segunda-feira (28) na Discovery Kids. A série foi desenvolvida com foco no entretenimento de toda a família: crianças, mães e pais. Ele já pode apresentar ao próprio filho, Federico, de 10 anos, novos ritmos que ele não conhecia, como o twist, por exemplo.

Conversamos com Juan José Campanella sobre sua carreira e áreas de atuação:

Mini Beat Power Rockers foi feita pensando no co-viewing: pais assistindo TV com as crianças. Isso foi uma escolha, ou é uma necessidade contemporânea?

Foi uma escolha. Quando você tem filhos, eles gostam que você assista TV com eles. Já tentei todos os truques possíveis com o Federico [de 10 anos]: sentar com ele no sofá, com o iPad para ler um jornal de lado, mas ele não deixa, fica dizendo: “Olha, olha, presta atenção!”. Então a série incrementa momentos entre pais e filhos, dá várias deixas para conversas, para aprenderem sobre música juntos.

A música e a animação são linguagens universais. Você pensa o mesmo sobre a infância?

A linguagem deles é universal, absolutamente. Quando meu filho tinha 6 anos, fui fazer uma série nos Estados Unidos e ele foi comigo. Íamos para uma praça, e ele não falava uma palavra de inglês, mas rapidamente estava fazendo amigos. Não me pergunte o que eles falavam, como falavam, mas imediatamente começavam a conversar. As crianças não precisam de palavras complicadas para se comunicar. Cada um fala de uma maneira, mas o outro entende. Um fala inglês, o outro responde em espanhol, italiano, e eles se comunicam perfeitamente.

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Você tem uma preferência entre animação, cinema en vivo e TV?

Gosto dos dois. Eu não voltaria a fazer um longa de animação como diretor, simplesmente porque os processos são tão lentos que necessitam de uma personalidade distinta. Como produtor, supervisor, eu topo, porque no dia-a-dia não fico somente com a animação. Dos outros três [teatro, cinema e TV], a verdade é que gosto muito de todos.

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Quando termino um filme, depois de um ano e meio trabalhando em duas horas de material, digo: agora quero fazer televisão, que é mais rápido, tem que pensar rápido. E quando termino 6 meses de televisão, eu penso: agora eu gostaria de fazer um filme e ter tempo para trabalhar.

O impacto da televisão sobre o espectador é o menor, mas o formato de série te permite desenvolver personagens, mais que uma história, enquanto o cinema conta um conto. Claro que o personagem também deve ser interessante. Mas em televisão as pessoas se envolvem com os personagens, assistem as séries por causa dos personagens. Se a história está boa, melhor – mas se você não gosta dos personagens, não vai assistir. Te dá a oportunidade de explorar um personagem de distintas facetas, em distintos pontos de vista e situações.

Como espectador, para mim a tela grande é muito mais poderosa. Lamentavelmente, agora parece que há uma divisão: espetáculos na tela grande, emoções nas telas pequenas. Para mim as emoções são maiores na tela grande. Eu não choro com televisão nunca, ela não me faz chorar. No cinema eu choro o tempo inteiro, me emociona. Parece que as emoções são maiores na tela maior.

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Como o Oscar mudou sua trajetória?

O Oscar facilitou projetos. Foi muito importante rodar com o filme, que ele fosse visto no mundo todo, comentado. Com certeza muda.

Como tem sido sua experiência com teatro?

Teatro foi o que apareceu mais recentemente na minha vida. Dirigi minha primeira peça em 2013. Estou tão fascinado que estou construindo um teatro em Buenos Aires.

O teatro tem uma coisa incrível: o que está lá não é a imagem dos atores, mas a alma. Está tudo deles. Eles te ouvem! Qualquer coisa que acontece na plateia faz com que a atuação seja diferente. Depois de terminar um filme, vou vê-lo porque preciso ir a festivais, l umas 20 vezes. A peça de teatro [Parque Lezama] eu já vi mais de 400 vezes, e não me entedia nunca. É outra coisa.

O teatro tem uma coisa, a alma dos atores, é diferente. E isso se sente. Quando o teatro funciona, eu prefiro ele ao cinema. Mas quando não funciona, é um castigo infernal, é insuportável. O filme tem distrações, paisagens… mas o teatro quando é chato, é muito duro, nao termina nunca.

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Você é para você mudar entre assuntos sérios, como vingança e morte, e temas infantis?

Em todos os filmes, o humor está presente. É uma coisa italiana que tenho. Inclusive eu considero “O Segredo de Seus Olhos” um filme engraçado a todo momento. Não sei como sobreviveu aos diferentes idiomas, mas na Argentina as pessoas gargalham. Eu gosto muito da comédia italiana, então para mim não tem nada de errado pensar os grandes temas a partir do humor, inclusive a morte.

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