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Descubra por que a cidade de Hamburgo baniu as cápsulas de café

Uma equipe que consome doses altas de café embalado à vácuo por dia pode até ser uma equipe muito rápida, mas não necessariamente eficiente – pelo menos do ponto de vista ambiental

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 27 out 2016, 23h16 - Publicado em 2 mar 2016, 14h42

É preciso muita energia para conseguir acompanhar o ritmo diário de trabalho, tanto é que uma equipe que consome doses altas de café embalado à vácuo por dia pode até ser uma equipe muito rápida, mas não necessariamente eficiente – pelo menos do ponto de vista ambiental. E é por isso que a cidade de Hamburgo, na Alemanha, foi a primeira a banir o uso de cápsulas em prédios governamentais, escolas, universidades e escritórios. 

É fato que o café à vácuo é uma forma rápida e prática de se conseguir café. Colocar o potinho na máquina e apertar um botão é quase mágico; e não é à toa que essa magia do just in time conquistou o mercado: os alemães consomem cerca de 3 milhões dessas embalagens por ano.  Mas o Departamento de Meio Ambiente e Energia de Hamburgo alerta: além de causarem um gasto desnecessário, essas pequenas cápsulas são poluentes e geralmente possuem alumínio tóxico. 

As cápsulas entraram na lista de produtos que não podem ser usados pelos funcionários públicos da cidade em seu escritório; além de garrafas não retornáveis, copos e pratos plásticos, artigos de limpeza produzidos à base de clorio, aquecedores externos e aromatizantes. O senador do meio ambiente da cidade, Jan Kerstan, declarou que medidas como essas são responsáveis por encorajar os cidadãos a tornarem suas ações mais sustentáveis: “Nosso objetivo é aumentar o número de itens que colaboram com o meio ambiente, a fim de ajudar a combater a mudança climática”.

O produto também tem sido um incômodo para ambientalistas, porque algumas marcas, como é o caso da Keurig’s K-Cups, ainda não são recicláveis. Tanto é que uma das metas da empresa é tornar a embalagem possível de ser reutilizada até 2020. Outras, mesmo que sejam, geralmente são misturadas com vidro e plástico na hora do descarte, ou acabam indo para as lixeiras comuns. 

A Nespresso, conhecida como a marca mais famosa de café embalado à vácuo na Europa, disse que existem cerca de 14 mil pontos de coletas capazes de reciclar 80% do total arrecadado; a empresa também se comprometeu a chegar no recorde de 100% até 2020. Isso funciona porque na Alemanha, a reciclagem municipal é uma atividade bastante difundida e praticada, mas e em outros lugares do mundo? 

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Porém, apesar da conscientização da população alemã quando o assunto é a coleta de resíduos, o porta-voz do Departamento de Meio Ambiente e Energia da cidade de Hamburgo, Jan Dube, declarou que “a maioria delas não podem ser recicladas facilmente porque elas são feitas a partir de uma mistura de plástico e alumínio.”

A decisão da prefeitura da cidade alemã surpreendeu muitas empresas, entre elas a Nespresso e a Lavazza. A primeira argumentou que a quantidade de café e água por copo é menor na utilização das cápsulas, o que, segundo eles, acarreta um menor impacto na emissão de poluentes, do que o café à vácuo numa embalagem de alumínio. Já a segunda marca desenvolveu uma cápsula feita de materiais biodegradáveis que será transformada pela própria companhia em fertilizante agrícola. 

Hamburgo pretende cortar os gastos com embalagens no geral, sejam essas recicláveis ou não. E eles não estão sozinhos, Dube declarou que várias prefeituras alemãs têm entrado em contato com ele para saber mais sobre o assunto de banir o uso desses produtos.  De acordo com a campanha publicitária “Kill the K-Cup”, no ano de 2014, foi descartada uma quantidade de cápsulas suficiente para dar 10 voltas ao redor do mundo – uma rota que com certeza não irá passar pela Alemanha nos próximos anos. 

Assista abaixo o vídeo em inglês da campanha “Kill the K-Cup”:

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