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Desastre ambiental em Mariana: 7 perguntas e respostas para entender o que aconteceu

Por Isabella Marinelli
Atualizado em 27 out 2016, 20h03 - Publicado em 19 nov 2015, 20h39
Agência Brasil
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O rompimento da barragem de Fundão, entre Mariana e Ouro Preto (MG), provocou um vazamento de lama que devastou os distritos próximos. As cenas, que mais parecem fazer parte de uma terrível ficção, ilustram o que já é considerado o maior desastre ambiental da história de Minas Gerais.

Entenda o que aconteceu e saiba como ajudar a população afetada:

O que são barragens de rejeitos?

A Samarco, mineradora da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton Brasil Ltda, é uma empresa que beneficia minérios da região. Para exportar esses produtos, eles precisam ter o teor de ferro aumentado. Os rejeitos da exploração e desse processo são estocados por barragens – como a que se rompeu.

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Mas o que causou o rompimento?

As causas ainda estão sendo investigadas. Segundo a Samarco, há registros de pequenos tremores na área duas horas antes do rompimento. Entretanto, ao G1, o reponsável pelo Observatório Sismológico de Brasília, George Sand, afirmou que isso ainda está em discussão, pois não se sabe se foi um evento natural ou se foi causado pelos reservatórios. Na hora do rompimento, não estava chovendo ou ventando.

Um engenheiro da Samarco afirmou que a vistoria não detectou riscos no local, mas um laudo obtido pelo Jornal da Globo mostra o contrário: “O contato entre a pilha de rejeitos e a barragem não é recomendado por causa do risco de desestabilização do maciço da pilha e da potencialização de processos erosivos”, diz o documento. Para o Ministério Público, isso demonstra que houve “negligência” da empresa. A Feam (Fundação Estadual de Meio Ambiente) declarou que chegou a mencionar a necessidade de se fazer reparos na estrutura da barragem de Fundão.

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Essa barragem era considerada segura?

Sim e não. De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral, a barragem do Fundão é classificada como de baixo risco, pelo bom monitoramento e documentação em dia. Entretanto, ela está situada em uma região com muitos habitantes e, por isso, a gravidade do que poderia acongecer em caso de acidentes ou danos é alta. 

Já em relação à mineradora, de acordo com o promotor do Meio Ambiente, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, as licenças de operação estavam vencidas há quase dois anos e meio. O pedido para validar essas licenças foi feito no prazo pela Samarco, mas foi prejudicado por uma greve no Sistema Estadual de Meio Ambiente.

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Por que o estrago foi tão grande?

Segundo o Ibama, a quantidade de lama levada aos distritos está estimada em 50 milhões de metros cúbicos. Isso significa que seria possível encher 20 mil piscinas olímpicas com esses detritos. Essa onda de barro devastou as cidades por onde passou e atingiu o leito d’água da região: além de destruir a infraestrutura dos municípios, também é possível que ocorra o assoreamento desses reservatórios, que é quando sedimentos se acumulam na calha dos rios.

Não bastasse, muitas pessoas foram pegas de surpresa. Apesar de afirmar que entrou com um plano emergencial e que chegou a ligar para moradores e pedir que deixassem suas casas, a Samarco não usou alertas sonoros. Segundo recomendação da Organização Internacional do Trabalho sobre Segurança e Saúde nas Minas, que está em vigor no país desde 2007, esse alarme sonoro é obrigatório.

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Há risco de rompimento de outras barragens?

Sim. Representantes da mineradora Samarco admitiram nesta terça-feira (17) que há risco de rompimento nas barragens de Santarém e Germano, próximas a de Fundão.

Quantas pessoas foram atingidas?

Muitas. Cerca de 2 mil pessoas foram atingidas direta ou indiretamente pelo rompimento de barragem, segundo a administração municipal. O número de desabrigados ou desalojados na cidade é de aproximadamente 945. Onze pessoas morreram, sendo que quatro corpos ainda aguardam identificação. Doze vítimas continuam desaparecidas.

Como posso ajudar essas pessoas?

Se você quiser ajudar as vítimas desse desastre, procure por entidades que estão mediando essas doações. Algumas delas são a Cruz Vermelha, a Rio Doce Help e o sistema de recolhimento coletivo Juntos.

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