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Costa Rica elege a primeira vice-presidente negra na América Latina

Epsy Campbell Barr será vice do ex-ministro e político de centro-esquerda Carlos Alvarado, agora presidente do país

Por Lia Rizzo
Atualizado em 3 abr 2018, 12h57 - Publicado em 3 abr 2018, 12h32
 (Reprodução/Facebook)
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A economista e política costarriquenha Epsy Campbell Barr, 54 anos, se tornou, no último domingo (1º), a primeira mulher negra a ocupar a vice-presidência em um país da América Latina. A conquista veio junto com a vitória de Carlos Alvarado na Costa Rica, candidato presidencial de centro-esquerda e ex-ministro.

Nascida em San José, Epsy é considerada uma das figuras mais relevantes do cenário político da Costa Rica nos últimos anos. Ela teve importante atuação como consultora e palestrante internacional em questões de gênero, diretos humanos e das mulheres, desenvolvimento social e defesa de povos afrodescendentes e indígenas. Carlos Alvarado sempre descreveu a figura da candidata como um exemplo do valor das mulheres na sociedade e do peso político que elas têm para o país.

Em um pronunciamento público no Dia Internacional da Mulher a agora vice-presidente declarou “querer comemorar e celebrar a força de trabalho das mulheres da Costa Rica, que estão em casa, que trabalham no campo ou na cidade, empresárias ou funcionárias públicas, de todas as mulheres do país”.

Histórico

Além de uma respeitada liderança política feminina, Epsy Campbell é mãe de duas filhas e avó de uma menina. Já havia sido candidata a vice-presidência em 2006 e,  muito ativa no Partido da Ação Cidadã (PAC) desde sua fundação, em 2000, foi deputada entre 2002 e 2006. Graduada em Economia e Administração, é mestre em Cooperação Internacional e especialista em Desenvolvimento Social, Democracia, Direitos Humanos e Igualdade. 

Docente universitária, publicou livros e artigos sobre democracia e inclusão e participação das mulheres na economia e na política. Foi ainda  consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial, coordenadora da Rede de Mulheres Afro-caribenhas entre 1997 e 2001, é fundadora do Centro de Mulheres Afro-Costarriquenses e membro do Parlamento Negro do Fórum das Américas.

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Bastante atuante em redes sociais, já se viu alvo de polêmicas e insultos sexistas quando, em janeiro do ano passado, Juan Diego Castro, então candidato presidencial do Partido da Integração Nacional, afirmou que mulheres que ocupavam cargos de destaque no Judiciário estavam ali devido a favores sexuais.

Na ocasião, Epsy se posicionou fortemente, declarando: “Nós, mulheres da Costa Rica, contribuímos substancialmente para o desenvolvimento nacional. Nosso crescimento é resultado do esforço, dedicação e de nossas habilidades”.

Junto a Carlos Alvarado, ela terá um desafio comum à grande maioria dos países latino-americanos: a ampliação da participação das mulheres, sobretudo negras, nas tomadas de decisões políticas.

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