Conheça Jon Rose, que viaja o mundo levando água potável para comunidades carentes
Como surfista profissional, ele rodou o mundo em busca de ondas perfeitas. Hoje, viaja com sua fundação, a Waves for Water, para oferecer água potável a quem precisa
No final de 2015, o americano Jon Rose esteve em São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, onde acompanhou de perto os estragos causados pelo desastre em Mariana. Veio em nome da Waves for Water, organização que fundou para facilitar o acesso à água potável em comunidades carentes. Mas aquela não era a primeira vez que visitava o país. Rose já havia vindo, anos atrás, em busca das melhores ondas.
Nascido no Colorado, foi na Califórnia que, aos 10 anos, ele se apaixonou pelo surfe: “O mar era minha babá e meu playground”, conta. Aos 17, ele transformou o esporte em profissão e passou a rodar o mundo disputando campeonatos. Em 2009, às vésperas de uma temporada de altas ondas com amigos na Indonésia, teve a ideia de comprar dez filtros para levar a um povoado. Enquanto estava lá, presenciou um terremoto em Padang e acabou prestando auxílio às vítimas da catástrofe. “Tudo começou como uma desculpa para eu voltar a lugares onde gostava de surfar, além do desejo genuíno de ajudar. Mas estar naquele lugar, naquelas circunstâncias, foi como um chamado”, diz ele em entrevista a CLAUDIA.
Rose então montou uma equipe para desenvolver uma plataforma de distribuição de filtros práticos, leves e fáceis de instalar (em geral em baldes convencionais) para viajantes que pudessem carregá-los na bagagem. Criou também um programa de construção de poços artesianos e outro para dar assistência humanitária após catástrofes. Sob o lema “Faça o que você ama e, no meio do caminho, ajude”, a Waves for Water já impactou a vida de mais de 8 milhões de pessoas em 27 países, incluindo Brasil, Filipinas, Serra Leoa, Bósnia e Haiti, onde Rose viveu por dois anos logo após o terremoto de 2010. “Lembro de uma haitiana que me agradeceu porque pela primeira vez seu bebê passara um período sem diarreia. É muito gratificante, mas triste ao mesmo tempo. Não fiz quase nada e ainda assim ela disse que mudei a vida da família. Imagine se todo mundo fizesse algum esforço para ajudar. As estatísticas certamente seriam diferentes”, afirma ele, que hoje busca espalhar essa consciência por onde passa. A Waves for Water já ajudou mais de 8 milhões de pessoas em 27 países