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Conheça a Capitolina: uma revista teen que fala sobre aceitação e feminismo

Ao lado de duas amigas, a carioca Clara Browne criou a publicação digital que incentiva adolescentes a se aceitarem exatamente como são

Por Stephanie Bevilaqua (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 06h24 - Publicado em 10 jun 2015, 10h31

Quando questionamos o que interessa às adolescentes, é fácil pensar em temas como moda, beleza, virgindade e primeiro beijo. Mas um grupo de jovens mulheres se juntou para criar um site colaborativo, o Capitolina, e incluir assuntos mais complexos nesse universo. A página não deixa de lado os clássicos textos sobre cuidados com os cabelos ou dicas de maquiagem, mas também fala de igualdade de gêneros, aceitação do próprio corpo, feminismo e sexualidade. “Quan­­­­­­­do tratamos de relacionamentos, tentamos sair do for­mato homem e mulher e incluir a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros e tran- sexuais)”, explica a carioca Clara Browne, 20 anos, uma das idealizadoras da publicação ao lado das conterrâneas Lorena Piñero, 25 anos, e Sofia Soter, 23.

Há pouco mais de um ano no ar, o Capitolina recebe cerca de 3 mil visitantes diários, chegando a picos de 25 mil leitores, dependendo do conteúdo publicado. As mais de 70 colaboradoras voluntárias de todo o país, com idades entre 16 e 28 anos, são ilustradoras, fotógrafas e estudantes do ensino médio e superior que se reúnem mensalmente pelo Facebook para discutir os temas a serem abordados. Sexo e relacionamento ainda são hits entre a audiência, mas a proposta do grupo é trazer um outro olhar sobre esses assuntos.

Não queremos apontar para uma garota quais os macetes para arranjar um namorado ou namorada. Mas, sim, dizer que tudo bem se ela não tiver um”, conta Clara.

Ilustração Julia Oliveira
Ilustração Julia Oliveira ()

A pernambucana Maria Clara Araújo, 18 anos, é uma das colaboradoras mais populares. Transexual, ela escreve especialmente sobre carreira e educação. A jovem foi uma das primeiras 100 pessoas do país autorizadas a usar seu nome social – aquele que escolheu, não o que está na certidão de nascimento (que é masculino) – nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2014. Hoje, Maria Clara cursa pedagogia na Universidade Federal de Pernambuco e comemora o fato de ser mais uma transexual matriculada em universidade pública – algo ainda raro no Brasil. No site, ela comenta os preconceitos e as difi­­cul­dades que já sofreu e incenti­­va as leitoras a estudarem. “Educação é a chave para começarmos a trilhar um novo futuro”, escreve. Ela conta que, certa vez, quando visitava o Centro Municipal de Refe­rência em Cidadania LGBT de Recife, duas transexuais, de 16 e 17 anos, disseram a ela que haviam acompanhado sua trajetória durante o vestibular e que, como ela, também estavam tentando ingressar na faculdade. “É isso que me motiva a continuar escrevendo. Na adolescência, é essencial ter alguém para se inspirar.” Tudo a ver com a ideia do Capitolina, que estimula suas leitoras e colaboradoras a gostarem de si como são. “É muito gratificante quando recebemos e-mails de garotas dizendo que, depois de ler o site, sentem-se mais confortáveis com seus corpos, cabelos e escolhas”, diz Lorena. O nome da publicação, aliás, é uma homenagem a uma das mulheres mais provocantes da literatura nacional, Maria Capitolina, a Capitu de Machado de Assis.

Ilustração Beatriz Leite
Ilustração Beatriz Leite ()

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