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Como escolher as bebidas que serão servidas na festa de casamento

Uma boa combinação entre vinho e comida pode deixar seu jantar e festa de casamento muito mais gostosos

Por Tânia Nogueira (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 06h52 - Publicado em 4 nov 2014, 15h32

Não importa se vocês têm em mente uma festa para 500 pessoas ou um jantar íntimo para a família: vinho não pode faltar em um casamento. Especialmente o espumante. Nem que seja apenas para o brinde. Muitas vezes, porém, acompanha todo o serviço de comida, do coquetel à sobremesa. Nesse caso, ainda que os convidados não entendam do assunto, se houver boa química entre o vinho e o cardápio, ambos ficarão naturalmente mais gostosos.

Se a ideia é que tudo seja perfeito, não custa gastar um tempinho pensando na combinação (ou harmonização, na linguagem técnica) do vinho com a comida. Os noivos podem contratar um sommelier. Ou contar com a ajuda de profissionais do bufê, da importadora ou da distribuidora de bebidas. Ainda assim, sempre é bom entender do que eles estão falando quando sugerem um vinho fresco ou um tinto leve.

Qual o perfil da festa?

Determinar o número de pessoas, o local e o tipo de serviço é o ponto de partida. Para quem pretende convidar de 30 a 50 chegados para um jantar completo à mesa (entrada, primeiro prato, segundo prato e sobremesa), vale a pena investir num serviço de harmonização propriamente dito a fim de escolher um vinho para cada prato. Já uma balada para 300 pessoas pede apenas um ou dois tipos versáteis. A melhor aposta: espumante do começo ao fim da festa. A época do ano também deve ser levada em conta. “No verão, comprem mais espumante”, diz Alexandre Cymes, sócio do bufê paulistano Arroz de Festa. “Principalmente se a festa for na praia ou ao ar livre. No inverno, é bom entrar com um tinto.”

Importadora ou casa de bebidas especializada?

A grande vantagem das casas de bebidas para festas é não ter de se preocupar se o vinho vai acabar ou não. A maioria trabalha com consignação, então vocês só pagam o que for consumido e várias oferecem serviço de plantão para fazer entregas durante a festa. Apesar de trabalharem com rótulos de ótimas marcas, nem sempre elas têm produtos tão exclusivos (e preços tão competitivos) quanto os das importadoras mais voltadas a enófilos.

No que prestar atenção durante a degustação?

O ideal é fazer a prova do vinho junto à da comida. Se forem comprar a bebida de fornecedores que não são parceiros do bufê, tentem levar algumas garrafas para degustar com os pratos. Em primeiro lugar, reparem se, ao juntar as duas coisas na boca, não surge nenhuma sensação desagradável. O encontro de algumas comidas com determinados vinhos pode gerar um amargor no paladar. E mais: “vinho para casamento tem de ser fácil”, acrescenta Arthur Azevedo, diretor da Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo. “Deve ter aroma de frutas, ser simples, redondo, fresco. Ou seja, ter boa acidez, mas não exagerada. No caso do espumante, brut, mas não dos mais secos.”

Como reconhecer os aromas mais populares?

Boa parte dos espumantes, a exemplo dos champanhes, leva a uva chardonnay. O aroma das uvas varia de acordo com a região onde elas são plantadas. Mas, de forma geral, vocês podem procurar por aromas de pêssego, pera, abacaxi, maçã verde e frutas cítricas na chardonnay. Para aprender a identificar esses aromas, coloquem um pedaço de cada uma dessas frutas em uma taça e cheirem. Nos champanhes, procurem também por aromas de avelãs, amêndoas, apricot seco.

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Nos tintos, o que muitas vezes aparece são as tais das frutas vermelhas, aquelas que os enochatos tanto amam: morango, framboesa, amora, cereja e outras do gênero. Em uma taça, juntem as que vocês encontrarem no supermercado, esmaguem um pouco para liberar os aromas e cheirem. Muitas vezes, no entanto, o aroma é de geleia de frutas vermelhas. Outra família de aromas que faz sucesso nos tintos é a que engloba chocolate, baunilha, coco, café. Aromas que surgem com a passagem por barris de carvalho. Mas cuidado! Vinho com muita madeira pode ser pesado para uma festa longa. Especialmente no verão.

Getty Images
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Quais as combinações certas?

Isso não existe. Se alguém gosta de tomar vinho tinto com peixe, ninguém pode dizer que está errado. Mas há harmonizações clássicas, pares que já foram testados por profissionais e costumam agradar a maioria das pessoas. Além dos conhecidos carne com tinto e peixe com branco, repare em outros detalhes. Se a comida oferece muita gordura, como um prato regado a creme, e o vinho não tem acidez, fica enjoativo. Na hora do coquetel, quando se servem algumas frituras, canapés com queijos, espumante mais ácido também cai bem.

Outra regra básica: o vinho não deve esconder a comida, e vice-versa. Se o prato principal é carne de cordeiro, casa bem com um tinto mais encorpado (em geral, os mais escuros são). Também costuma dar certo servir o vinho de uma região com os pratos daquela mesma região. O cardápio será italiano, com massas e carnes de molho vermelho? Fica ótimo com um chianti. Serão servidas tapas espanholas? Apostem numa cava, o espumante mais popular da Espanha, ou num tempranillo, o tinto emblemático espanhol.

Quando a comida é muito aromática, como a asiática, o vinho tem de acompanhar. O ideal são brancos feitos com cepas bem perfumadas, como a sauvignon blanc ou a gewurztraminer. Se não for ser servido vinho branco na festa, espumantes frescos com aromas frutados, como boa parte dos blanc de blanc, formam um par interessante com pratos orientais.

O vinho não deve ser muito menos doce que a comida, senão ele some ou, o que é pior, amarga. Na hora do bolo, vale mudar para um espumante demi-sec. Se a festa for pequena, que tal arriscar uma colheita tardia ou um vinho fortificado, como o do Porto ou o jerez? Dificulta a logística, principalmente pela necessidade de copos especiais, e pode sair um pouco mais caro, mas fica uma delícia.

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Dá para simplificar e servir um vinho só?

Sim, basta escolher algo versátil. “Em boa parte das festas, as pessoas servem espumantes do começo ao fim”, diz Stella, da 011 Eventos. E, de fato, esse curinga é capaz de harmonizar com massa, peixe, ave, carne etc. Uma dica é escolher um do tipo rosé se o prato principal for uma carne mais forte; voltando para um espumante demi-sec na hora da sobremesa.

Quais os cuidados principais com o serviço?

Depois de todo o trabalho de escolha e do gasto com a compra, um mau serviço pode pôr tudo a perder. O vinho tem de estar na temperatura certa: cerca de 14 graus para tintos leves, 16 para tintos encorpados, 8 para brancos, rosés e espumantes. O garçom não pode chamar de champanhe o prosecco que serve, e vice-versa. Champanhe é o vinho espumante feito na região de Champagne, na França, e prosecco é o espumante da região de Valdobbiadene e Co­­negliano, no nordeste da Itália. E, embora haja ótimos proseccos, os champanhes costumam ser mais especiais e mais caros. Como regra, se o que vocês estiverem servindo não for champanhe e o garçom não tiver treinamento de sommelier, o melhor é instruí-lo a dizer que está oferecendo “um espumante”.

O copo também é importante: flûte para os espumantes, uma taça do estilo de Bordeaux para os tintos, brancos e rosés, caso o serviço seja franco-americano, é o suficiente. Mas, se o jantar for empratado, é bom ter taças especiais para o branco também. Vinho de sobremesa é sempre numa taça menor. Em festas grandes, um semicristal basta.

Quantas garrafas são necessárias?

Mais do que ninguém, vocês conhecem seus amigos e sua família. Mas há um cálculo padrão: uma garrafa de vinho para cada duas pessoas. Umas quatro vezes a quantidade de espumante que a de vinho tinto. Se a festa tiver uma grande variedade de opções, como bar de caipirinhas, baixem para uma garrafa para cada três pessoas. Se no dia da festa o tempo estiver bonito e quente, comprem ainda mais de espumante… E preparem-se para brindar e dançar a noite toda! 

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