Carey Mulligan: “O mundo seria mais justo se fosse governado igualitariamente”
A atriz é a estrela do filme As Sufragistas, que trata da luta das inglesas pelo direito ao voto no início do século 20. Chega aos cinemas no próximo dia 24
É difícil não associar as manifestações de rua do longa As Sufragistas com as passeatas femininas que tomaram algumas cidades do Brasil no último mês. Embora aqui se brigasse contra a ingerência do Congresso sobre o corpo da mulher e lá a luta fosse pelo direito (básico) ao voto, é a voz feminina que ecoa dos dois cenários. “Nós nos surpreendemos e nos inspiramos na força dessas mulheres”, declarou a protagonista, Carey Mulligan. No filme da diretora Sarah Gravon, que se passa no começo do século 20, a lavadeira Maud Watts é uma jovem sem instrução que sofre exploração física, psicológica e até sexual por parte de seu supervisor no trabalho. Seu marido finge não ver os abusos por temer perder o emprego, na mesma fábrica. “A opressão torna-se insuportável, e Maud, apesar de todos os contras e ameaças, vê no movimento sufragista, senão uma saída, uma reação”, explicou Carey, na estreia europeia do filme.
Ao entrar para o movimento, Maud é expulsa de casa pelo parceiro e perde a guarda do filho. “Ela vai ao extremo e encara as consequências, pois aqueles eram tempos que exigiam atitudes extremas como as daquelas mulheres”, disse a atriz, que posou para fotos com o cartaz da campanha “50:50 Parliament”, que pleiteia igualdade no número de homens e mulheres no parlamento britânico. “Acredito que o mundo seria mais justo se fosse governado igualitariamente – e ainda estamos muito longe disso. Precisamos terminar o que as sufragistas começaram”, bradou a inglesa, de 30 anos. O longa tem ainda Meryl Streep no papel da líder Emmeline Pankhurst. “Trabalhar com ela foi um sonho. Aprendi muito e tenho ainda mais orgulho de me declarar feminista depois desse papel.”